Nesta segunda-feira (02/12), o Ministério Público Estadual e o Estado de Minas Gerais entraram com uma ação civil pública solicitando a revogação da decisão da CBF. No último domingo, a entidade determinou que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, marcada para a próxima quarta-feira (4/12), às 21h30, no Mineirão, seja disputada com portões fechados.
Os dois órgãos solicitaram, por meio da ação, que tramita na 11ª Vara Cível de Belo Horizonte, que a partida seja realizada apenas com torcedores do Cruzeiro. O processo inclui um pedido de liminar para suspender de imediato a determinação da CBF. O valor estimado da causa é de R$ 100 mil. A informação é do do portal O Fator e confirmada pela Rede 98.
Após cenas de violência protagonizadas em São Paulo, envolvendo torcedores organizados de ambos os clubes, que resultaram, inclusive, na morte de um cruzeirense e em mais de 20 feridos no confronto entre a torcida Mancha Alviverde, do Palmeiras, e a Máfia Azul, do Cruzeiro , o MPMG recomendou à CBF que a partida fosse realizada apenas com torcedores do clube mineiro. No entanto, no último domingo, a CBF determinou que o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras seja realizado com portões fechados.
O MPMG e o governo de Minas argumentam que a decisão da CBF é contraditória em relação a outros episódios semelhantes. Os autores fundamentaram a ação citando um caso de 2019, quando a entidade, atendendo ao pedido do MP e da Polícia Militar paulista, determinou que a partida entre Palmeiras e Flamengo, no Allianz Parque, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, fosse realizada com torcida única do time mandante.
A Polícia Militar de Minas Gerais manifestou-se favorável à realização da partida apenas com os torcedores do Cruzeiro. A corporação explicou que a ausência de torcedores da equipe paulista minimiza os riscos de confrontos.
Além dos pedidos, o Estado e o MP solicitaram:
Revogação imediata da determinação de ambientes fechados;
Banimento nacional da torcida Mancha Alviverde por dois anos;
Realização da partida com torcida única do Cruzeiro;
Suspensão imediata da venda de ingressos para torcedores do Palmeiras.
Caso haja descumprimento de eventual liminar, os autores pedem multa diária de R$ 100 mil e indenização de R$ 1 milhão por danos morais coletivos.
O que diz o Cruzeiro
Diante desse cenário, o Cruzeiro se posicionou contra a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de realizar uma partida contra o Palmeiras sem a presença de nenhuma das torcidas.
Na visão do clube, a medida “penaliza injustamente” a torcida celeste e o próprio Cruzeiro.
“O compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores e, financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores”, afirmou o clube em nota.
O Cruzeiro informou que tem buscado uma solução para o caso junto ao Governo do Estado de Minas Gerais, ao Ministério Público, à Polícia Militar, à Confederação Brasileira de Futebol e à Federação Mineira de Futebol.
“Diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição correspondente a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro defende que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida”, conclui outro trecho da nota.