Em entrevista exclusiva ao programa FDP, nesta quarta-feira (19), o ex-treinador do Cruzeiro, Pepa falou sobre os bastidores da sua passagem pelo clube

“Eu evitei por muito tempo falar sobre o assunto. A minha cabeça e meus sentimentos estavam no bem estar do Cruzeiro, e quanto menos ruído, melhor. A relação com os jogadores era ótima, um grupo fantástico. As condições de trabalhos e a diretoria eram excelentes, o melhor Staff que já trabalhei. A torcida me tratava com muito carinho. Por isso fui pego de surpresa e fiquei tão magoado e me senti injustiçado”

O treinador português foi contratado pelo clube após o final do Campeonato Mineiro. Foram 25 partidas, com 7 vitórias, oito empates,10 derrotas e 38 % de aproveitamento.

Ele revelou que não entendeu o motivo da sua demissão e ficou por muito tempo tentando entender o porquê da decisão  

“Quando o técnico tem problema com a diretoria e com os jogadores, é um motivo para demissão, mas isso não aconteceu. O rendimento da equipe no meu entendimento era bom, o time jogava bem, só não estávamos conseguindo os pontos. E nesse momento faltou o respaldo, a segurança, a tranqüilidade e a confiança no que estava sendo feito”.

O treinador ainda falou se a diretoria sofreu alguma ‘pressão externa’ e se isso pesou na sua saída

“Se houve pressão externa eu não faço idéia, mas se teve, onde está a tal estrutura forte para não abanar com o vento? Isso não pode. Eu pensava que ia ter um respaldo da diretoria, mas não isso não aconteceu”

Pepa falou sobre o contato que teve com Ronaldo, sócio majoritário da SAF Cruzeiro, com o diretor de futebol Pedro Martins e a mágoa com o dirigente Paulo André

“O contato com Ronaldo foram poucas vezes, e quando aconteceu foi fantástico. Com o Pedro Martins e com o Paulo André era diariamente, independente do horário. Daí foi a minha surpresa, porque quando eu saí, o Paulo André não falou comigo. Isso para mim custou muito, foi uma mágoa muito grande, pois estava muito iludido com o projeto”

Apesar de sair magoado do clube, o técnico pensa em voltar no futuro

“Não me deixaram acabar o que tinha na cabeça. Eu estava ciente que iríamos ganhar títulos. Se não fosse nesse ano, seria no próximo, ou o Campeonato estadual, a Copa do Brasil, a Sul-Americana, ou conquistar vaga na Libertadores. Sinto que foi algo que ficou no meio do caminho e acredito que a história não fique por aqui. Eu cheguei a falar com a minha família que eu tatuaria as estrelas do Cruzeiro no meu corpo, quando conquistasse um título. Por isso a dor e decepção tão grande”. Concluiu

Pepa foi demitido do Cruzeiro no dia 29 de agosto, após uma seqüência de 7 jogos sem vencer e com a equipe celeste estacionada na 12ª posição do Brasileirão e a quatro pontos da zona do rebaixamento.

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