O esporte é movido por grandes rivalidades e dinastias. Independentemente da modalidade, elas fazem a engrenagem girar, dão cor ao espetáculo e mexem com o imaginário dos fãs e torcedores. Os mais aficionados por automobilismo irão se lembrar das épicas batalhas entre Ayrton Senna e Alain Prost. Já quem acompanha o bom e velho pugilismo, certamente conhece a antiga rivalidade entre os geniais Muhammad Ali e Joe Frazier. No tênis, podemos destacar Roger Federer e Rafael Nadal como os grandes expoentes das últimas décadas. No basquete, Magic Johnson e Larry Bird deram vida a ‘Los Angeles Lakers vs Boston Celtics’, a maior rivalidade da história da NBA.

Todas essas disputas individuais foram fundamentais para cada atleta envolvido. Um utilizava o outro como fator motivacional. A típica disputa para ver quem era o melhor e o mais dominante no seu respectivo esporte. Foi assim com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo no futebol. Jamais existiu uma rivalidade tão forte e acirrada, em números e talento, no tradicional esporte bretão.

(@Leomessi / Instagram)

Lionel Messi

De um lado, o franzino, pacato e tímido argentino, nascido em Rosário, Lionel Andrés Messi Cuccittini. Um artista que, com sua perna esquerda, produziu verdadeiras obras primas. A bola era o seu pincel. Jogador de um recurso técnico absurdo. Destaque na construção e na finalização das jogadas, ele conseguia ser o arco e a flecha. Um verdadeiro gênio. O maior que este humilde colunista viu em campo. Gênio este que, assim como Diego Armando Maradona em 1986, conquistou o mundo vestindo a belíssima camiseta albiceleste de seu país. No Barcelona foi o maior artilheiro da La Liga com 474 gols.

(Reprodução / Twitter/ Seleção de Portugal)

Cristiano Ronaldo

Do outro lado, temos Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro. Português que nasceu em Funchal. O atleta padrão. Exemplo de disciplina, dentro e fora das quatro linhas. Dono de uma força física invejável e um talento único, o atacante se reinventou com o passar da idade. O exímio ponta driblador do Manchester United se transformou em um finalizador letal quando se transferiu para o Real Madrid. Mais próximo da área e ainda mais artilheiro. Diferente de Messi, não conquistou uma Copa do Mundo. Por outro lado, é conhecido como Mr. Champions League: cinco títulos e 140 gols marcados. O maior campeão e o maior artilheiro da competição.

Os deuses do futebol foram generosos, já que esses dois atletas dividiram os mesmos palcos, na mesma época. A dinastia durou quase 15 anos. Messi foi eleito sete vezes o melhor do mundo, enquanto Cristiano foi cinco vezes agraciado. Recordes foram batidos e o nível do futebol mundial foi elevado. Agora, o que resta são as lembranças de um período mágico.

E o futuro?

Com a ida da dupla para mercados emergentes do futebol, a era de ouro parece ter chegado ao fim. Agora, o que resta aos fãs do futebol é fazer o tradicional exercício de futurologia: quem serão os próximos craques? Erling Haaland e Kylian Mbappé são os candidatos mais prováveis. O norueguês possui números absurdos e acaba de se tornar campeão europeu com o Manchester City. Um exímio goleador. Já o francês, se tornou campeão do mundo com apenas 18 anos. Em 2022, chegou à sua segunda final de Copa consecutiva. Rápido, habilidoso e artilheiro.

Mais do que apontar os craques do futuro, devemos entender que dificilmente vamos ver algo parecido com Messi vs Cristiano Ronaldo acontecer novamente no futebol mundial. Torço para que eu esteja errado.