A garantia não vem do resultado, mas da performance. O 1-0 com o qual a Inter venceu o Atlético de Madrid, no San Siro, não significa automaticamente que os nerazzurri sejam favoritos para passar às quartas de final. Porém, a maneira como os 90 minutos foram jogados dá uma confirmação adicional de quanto a equipe nerazzurri cresceu no último ano, alcançando o nível dos principais clubes europeus.
A equipe do mister Inzaghi buscou a vitória a todo custo, demonstrando todas as qualidades admiradas nos últimos meses. Mas o triunfo veio com um gol "sujo" marcado pelo jogador que mais tinha errado até aquele momento. Um gol de vantagem é pouco na Europa, ainda mais agora que a regra dos gols fora de casa, que valiam mais, foi abolida.
Quantas vezes uma equipe se contentou com um 1-0 em casa e depois garantiu a classificação com um 1-2 fora? Agora isso não é mais possível, mas a Inter de Milão tem a qualidade e a personalidade para competir de igual para igual, mesmo no campo do Atlético. Não devemos esquecer que nesta temporada a Inter nunca perdeu fora de casa, as únicas duas derrotas foram no San Siro contra o Sassuolo, na semana de glória dos emilianos, e na Copa da Itália contra o Bologna.
A atitude em campo não muda dependendo da localização geográfica. A Inter sempre tenta manter o controle da partida, procura controlar a bola com o objetivo de ser perigosa, nunca se contentando em apenas administrar o jogo.
Nesta partida fica a sensação de uma grande Inter, apesar de ter vencido por apenas um gol de diferença. A atitude agressiva com que começou os dois tempos, a mentalidade sempre proativa de todos os jogadores, inclusive os defensores, certificam mais uma vez que o projeto de Simone Inzaghi está funcionando e continua evoluindo. A única diferença entre a Inter do campeonato e a da Champions é algumas escolhas erradas nos últimos vinte metros.
Na Serie A, ela nunca erra, contra o Atlético houve alguns erros também por parte de jogadores como Calhanoglu e, principalmente, Mkhytarian, que geralmente não cometem falhas. Esta é a única crítica que se pode fazer ao grupo nerazzurro que, de resto, merece ser elogiado como um todo. Sim, também Arnautovic. Porque é verdade que ele desperdiçou pelo menos dois gols antes de marcar o 1-0, mas teve a força de reagir e ainda deve ser justificado em seus erros, como todos os atacantes que têm poucas chances de se mostrar e quando entram querem tudo imediatamente.
Todos nós acreditamos um pouco na fábula de um Atlético "muito" diferente do dos anos anteriores. O jogo no San Siro mostrou um Atlético "um pouco" diferente, mas que não renunciou aos princípios fundamentais do Cholismo: a vocação para o sofrimento e a capacidade de fazer os adversários jogarem menos bem do que costumam jogar. A beleza desta oitavas de final foi exclusivamente mérito da Inter, que quando começa a jogar com um ou dois toques se transforma em um espetáculo para ser admirado e apenas isso, em uma lição a ser mostrada nas escolas de futebol para explicar o que significa controlar a bola.
Não está feito para a Inter, de jeito nenhum. O jogo de volta no Wanda Metropolitano será uma batalha a ser travada, mas até 13 de março há tempo suficiente para prepará-la com calma. Um elemento fundamental para aumentar as chances da Inter será Thuram. Se o atacante se recuperar para Madrid, as chances aumentam consideravelmente. Sua capacidade de atacar a profundidade pode causar muitos problemas a uma equipe que não está acostumada a se lançar em massa ao ataque, estratégia que, para passar de fase, precisará adotar obrigatoriamente. Caso contrário, será necessário mais uma performance como a do primeiro jogo, mas com um bônus a ser adicionado: mais precisão nos últimos vinte metros. E então tudo será mais simples.
Após o jogo, Simone Inzaghi, técnico da Inter de Milão, falou ao microfone da Rede 98:
Confira também: Em grande jogo, PSV e Dortmund empate nas oitavas da Champions League
