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Imagem: Cruzeiro / Divulgação

Ex-jogador Palhinha morre em Belo Horizonte

Ídolo de Cruzeiro, Atlético e Corinthians, morreu na manhã desta segunda-feira (17), aos 73 anos


Por Rafael Silveira

Vanderlei Eustáquio de Oliveira, o Palhinha, morreu na manhã desta segunda-feira (17), aos 73 anos de idade. O ídolo de Cruzeiro, Atlético e Corinthians, estava internado em um hospital em Belo Horizonte por causa de uma infecção. 

Dono de um faro de gol incrível, veloz e raçudo em campo, Palhinha foi ídolo por onde passou, e conseguiu ser adorado pelas duas torcidas rivais, Atlético e Cruzeiro. Também foi respeitado no mundo do futebol como um dos principais jogadores de sua geração.

Início no Cruzeiro

Palhinha começou sua trajetória futebolística na Toca da Raposa em 1969, onde se destacou nas categorias de base. No começo dos anos 70, com a saída de Tostão para o Vasco da Gama, Palhinha tornou-se titular do time. Juntamente com Roberto Batata, Nelinho, Vanderlei, Eduardo, Joãozinho, entre outros, aliada a geração anterior que tinha Raul, Piazza, Dirceu Lopes, Zé Carlos e Procópio, deu ao torcedor celeste uma nova trajetória de grandes exibições, títulos e jogadas para os cruzeirenses jamais esquecerem.

Com Palhinha, o Cruzeiro foi tetracampeão mineiro entre 1972 e 1975, foi vice-campeão brasileiro, em 1974 e 1975, participou das edições da Copa Libertadores da América, em 1975 e 1976. As grandes atuações levaram o jogador à Seleção Brasileira, participando da Copa América de 1975. Na ocasião, os jogos do Brasil eram disputados no Mineirão, e a base canarinho era formada por atletas que atuavam em Minas Gerais.

Palhinha e sua geração deram ao Cruzeiro uma das maiores conquistas de sua história, que foi a Copa Libertadores da América de 1976. Na ocasião, dos 43 gols marcados pelo time celeste, 13 foram anotados pelo jogador, artilheiro daquela competição. O último torneio disputado por Palhinha pelo equipe cruzeirense foi o Mundial Interclubes, terminando como vice-campeão.

Venda para o Corinthians

No início de 1977, o Corinthians, que não vencia um título há 22 anos, foi ao mercado e comprou Palhinha. Na época, foi a negociação mais cara do futebol brasileiro. No time paulista, Palhinha juntou-se a Geraldão, Zé Maria, Vladimir, Tobias, Moisés, entre outros vice-campeões brasileiros de 1976 para tirar o Clube da fila e dar ao torcedor o título do Campeonato Paulista daquele ano.

Nos três jogos contra a Ponte Preta, Palhinha fez o gol da vitória no primeiro jogo, vencido por 1 x 0. Na segunda partida, lesionou-se e viu o Corinthians perder por 2 a 1. No terceiro e decisivo embate, Palhinha não jogou, mas comemorou o gol de Basílio, que deu ao Timão o Campeonato Paulista daquele ano.

O último título de Palhinha pelo Corinthians foi o Campeonato Paulista de 1979, decidido em 1980. No total, foram 148 jogos com 44 gols marcados. Logo depois da conquista do Paulistão, o jogador retornou a Belo Horizonte, mas para defender o Atlético.

Palhinha vira ídolo com a camisa atleticana

Em fevereiro de 1980, o Atlético anunciou a contratação de Palhinha, que chegaria para ser o camisa 10 do time atleticano. Jogando como meio-campo no Galo, Palhinha se destacou e tornou-se ídolo ao lado de Éder, que também chegara ao Clube no começo de 80, além dos jogadores que estavam no time como Reinaldo, Toninho Cerezo, Luizinho e João Leite.

Pelo Atlético, Palhinha foi vice-campeão brasileiro em 1980, em uma decisão contra o Flamengo onde os atleticanos reclamaram - e com razão - da arbitragem de José de Assis Aragão. No final daquele ano, comemorou o título mineiro.

O ano de 1981 prometia muito. Com uma geração de craques, o Atlético estava pronto para ganhar o Brasil e a América com a disputa da Libertadores. Palhinha era um dos pontos altos do time, que ficou marcado como um dos maiores da história do Clube. Porém, o Galo foi eliminado do torneio sul-americano após um jogo-extra contra o Flamengo no Serra Dourada, com arbitragem de José Roberto Wright, e altamente contestada pelo torcedor atleticano. No final do ano, Palhinha e aquele time, comemoraram mais um título estadual. No alvinegro, Palhinha marcou 27 gols em 77 jogos.

Passagens por Santos, Vasco e retorno ao Cruzeiro

Entre 1982 e 1983, Palhinha defendeu as cores de Santos e Vasco da Gama. No time santista, marcou 11 gols em 51 jogos, tornando ídolo dos torcedores da Vila Belmiro. Pela equipe vascaína, o jogador fez parte do time campeão carioca de 1982.

Mais experiente, Palhinha retornou ao Cruzeiro em 1983 para ajudar o time a reencontrar os dias de glória nos tempos da primeira passagem pelo Clube. No Cruzeiro, seguiu com o faro de goleador, comandou a equipe em campo, e ainda comemorou o título mineiro de 1984, quebrando um período de seis anos assistindo ao Atlético ser hexacampeão estadual. O último jogo foi a derrota para o Galo por 1 a 0, em 9 de dezembro de 1984, mas soltando o grito de campeão por ter vencido o primeiro jogo, por 4 a 0. No total, em duas passagens pelo time celeste, foram 457 jogos e 145 gols.

No final da carreira, defendeu o América, em 1985, juntamente com o ex-atleticano Marcelo, se aposentando do futebol aos 35 anos.

Treinador e comentarista

Palhinha não ficou muito tempo longe do futebol. Em 1987, foi técnico do Atlético, sendo vice-campeão mineiro. Posteriormente, treinou o Rio Branco de Andradas, até chegar ao Corinthians. Foi semifinalista do Campeonato Paulista de 1989, e disputou o Brasileirão pelo time paulistano. Ainda foi treinador do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro de 1994, salvando o time celeste do rebaixamento nacional na ocasião.

Após deixar a carreira de treinador, partiu para ser comentarista esportivo na televisão. Trabalhou no programa Playoff, do canal 23, e também no programa Meio de Campo, da Rede Minas.

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