O Ministério Público de Minas Gerais e a Cervejaria Três Lobos, fabricante dos produtos da Backer, entraram em acordo para a indenização das vítimas de intoxicação por dietilenoglicol, após o consumo de cerveja produzida pela empresa Backer. A contaminação da cerveja Belorizontina matou dez pessoas e deixou várias outras com sequelas. 

O Ministério Público não divulgou os detalhes do acordo, mas informou que a cervejaria "reconhece a integralidade dos pedidos formulados na ação para o pagamento de danos patrimoniais e extrapatrimoniais".

A contaminação nas cervejas da Backer veio à tona em janeiro de 2020, quando a Polícia Civil de Minas começou a investigar a internação de várias pessoas com sintomas de intoxicação, após o consumo da cerveja Belorizontina. As investigações da polícia concluíram que a contaminação das cervejas por monoetilenoglicol e dietilenoglicol aconteceu devido a um vazamento no tanque da fábrica da Backer.

No total, 11 pessoas, incluindo os sócios-proprietários da cervejaria Backer, tornaram-se réus "por crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor". O MP considerou que, ao adquirir deliberadamente o monoetilenoglicol, impróprio para o uso na indústria alimentícia, três sócios-proprietários da cervejaria assumiram o risco de produzir as bebidas alcoólicas adulteradas. Também foram denunciados, por homicídio culposo e lesão corporal culposa, sete engenheiros e técnicos encarregados da fabricação da bebida, que de acordo com o órgão, agiram com dolo eventual ao fabricarem o produto sabendo que poderia estar adulterado.