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Imagem: Júnior de Castro / Rede 98

“É o novo normal”, diz prefeito Fuad Noman sobre temporal que atingiu BH

Prefeito ressaltou que obras realizadas na cidade conseguiram conter o grande volume de chuva


Por João Henrique do Vale

O prefeito Fuad Noman (PSD) fez um balanço do temporal que atingiu Belo Horizonte na noite de terça-feira (23). O chefe do Executivo Municipal ressaltou que o grande volume de chuva que atingiu a capital mineira é o “novo normal”. Além disso, ressaltou que as obras que foram realizadas na cidade acabaram “respondendo adequadamente” e que os alagamentos nas vias da cidade foram provocados pelo lixo deixado pelos moradores na porta das casas antes do horário determinado para a coleta.

Fuad Noman enfatizou que não houve nenhuma vítima durante o temporal. “Dia ruim para começar depois de uma noite de uma chuva extremamente violenta. A gente antes dizia que era uma situação fora do normal, mas agora é o novo normal. Tivemos chuva muito forte em todas as áreas da cidade, e a cidade acabou respondendo adequadamente. Tivemos alagamentos em algumas vias, mas não temos nenhuma vítima. As obras responderam adequadamente”, comentou.

O prefeito afirmou que a região da Avenida Tereza Cristina recebeu o maior volume de chuva, aproximadamente 90 milímetros, e nenhuma ocorrência foi registrada. No local, a prefeitura construiu uma bacia de contenção capaz de reter 270 milhões de litros d'água.

Bueiros lotados

Fuad pediu, ainda, que os belorizontinos façam o descarte correto de lixo, para evitar o entupimento de bueiros. "[Tivemos] algumas ruas com alagamentos, não motivados por transbordamento. O problema todo foram as ruas, que encheram. Boca de lobo com muito lixo. As pessoas deixaram o lixo na rua antes da chuva, e ela acabou levando", afirmou. "Precisamos pedir muito à população, principalmente nessa época de chuva, não jogar lixo na chuva. Por que isso entope a boca de lobo, isso causa problemas muito sérios nesse momento. Grande parte dos alagamentos aconteceu não por que o rio transbordou, mas por que a boca de lobo não conseguiu comportar aquela água", completou.

Comparação com gestões anteriores

Fuad comparou, ainda, as ocorrências desta terça-feira com episódios de gestões anteriores da PBH. "Se essa chuva tivesse acontecido em alguns anos anteriores, o desastre teria sido muito maior. Ou seja, as obras que a Prefeitura vem fazendo estão respondendo. Ainda não estão todas prontas, algumas não estão nem iniciadas, e isso ainda permite que tenham algumas áreas [de maior risco]", afirmou. "É uma guerra. Estamos caminhando nesta guerra, conseguindo algumas vitórias. Mas temos ainda que lamentar alguns danos", completou.

2 mil desalojados em Venda Nova

O prefeito ressaltou, ainda, a ausência de ocorrências de deslizes de encostas e desabamento de residências. Ainda conforme o chefe do Executivo, a região com ocorrências mais críticas foi a Vila do Índio, em Venda Nova, onde foram registradas quedas de passarelas e travessias sobre rios. A previsão é de que 2 mil pessoas sejam desalojadas do local.

Críticas à Câmara

O prefeito criticou, ainda, a lentidão por parte da Câmara Municipal em apreciar pedidos de empréstimo da Prefeitura.

"Temos, de fato, problemas com os empréstimos da Câmara. Perdemos o empréstimo lá da obra do Isidora, R$ 900 milhões que a Câmara não aprovou. Eu encaminhei três projetos de pedido de empréstimo em julho do ano passado, e o presidente da Câmara [vereador Gabriel Azevedo] sequer deu número de acolhimento. Claramente, esses empréstimos seriam necessários, ou serão necessários ainda para que possamos fazer novas obras", afirmou.

"As obras atuais não pararam, por que só começamos a obra depois que o empréstimo foi contratado. Mas tem mais coisa pra fazer na cidade, estamos vendo aí hoje. De fato, se a Câmara não der sequência a esses projetos, nós vamos ser prejudicados".

Alagamentos

Durante o temporal, nenhum córrego transbordou na cidade. O prefeito Fuad Noman ressaltou que os problemas registrados nas avenidas foram provocados pelo entupimento dos bueiros. “Os problemas que tivemos foram nas ruas que encheram. Bocas de lobo com lixo, pois as pessoas deixaram o lixo na rua antes do horário. A maior parte das ruas alagadas foi por causa da boca de lobo que não conseguiu absorver as águas”, ressaltou.

Em três horas, a cidade recebeu 26% do volume de chuva esperado para todo o mês. Segundo dados da Defesa Civil, até 22h, a Região Oeste da capital mineira recebeu 86,6 milímetros de chuva, o que corresponde a 26,2% do total esperado para todo o mês. A Pampulha recebeu 76,6 mm (23,1%) e Centro-Sul, 68mm (20,6%). A média climatológica para janeiro é de 330,9 mm.

Nesta quarta-feira (24), a previsão é de mais precipitações, por vezes fortes, acompanhadas de raios e rajadas de vento ocasionais.

Bairros seguem sem energia elétrica

Bairros das regiões Centro-Sul, Nordeste, Pampulha e Venda Nova, na capital mineira, ainda seguem sem energia. A previsão da Cemig é de que o serviços seja restabelecido até o fim do dia.

De acordo com a Companhia, a falta de energia elétrica está pulverizada e sem grandes blocos. A Cemig ressalta que, além das descargas atmosféricas e da chuva, a ventania, que atingiu a velocidade de 86 quilômetros por hora, foi a principal causa dos desligamentos.

“Devido à força do vento, foram registradas quedas de árvores de grande porte, bem como objetos lançados em direção à rede elétrica, como partes de telhados e galhos, que provocaram quebra de postes, curtos-circuitos e rompimentos de cabos”, afirmou a Cemig.

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