Operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta quinta-feira mira uma organização criminosa suspeita de financiar atos de terrorismo. Agentes cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras quatro cidades. Na capital mineira, ação acontece no Mercado Central.
Ao todo, são cumpridos nove mandados, sendo um de prisão e outros oito de busca e apreensão. Além de BH, a operação, chamada de Trapiche, acontece em Contagem, na Grande BH, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, além de São Paulo e Brasília. A Justiça Federal determinou também o sequestro de valores e bloqueios de contas bancárias, bem como a suspensão da atividade econômica de empresas.
Segundo as investigações, o principal investigado, aproveitou da situação de vulnerabilidade de imigrantes e refugiados, utilizou seus dados pessoais das vítimas para abrir contas bancárias e empresas por onde circulou recursos de origem ilícita.
A PF afirma que passagens aéreas utilizadas por brasileiros que viajaram para o exterior para serem recrutados por organizações terroristas foram adquiridas com recursos do comércio ilícito de cigarros eletrônicos contrabandeados e vendidos em lojas de tabacarias no Brasil. Algumas das lojas ficam no Mercado Central de Belo Horizonte.
As investigações também apontaram que parte dos recursos foi destinada a contas bancárias de empresas de fachada que fazem parte do bilionário esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os valores foram convertidos em criptoativos e destinados a carteiras sancionadas por apresentarem vínculos com organizações terroristas.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 75 anos e 6 meses de reclusão.