Um sacolão da região Centro-Sul de Belo Horizonte resolveu brincar com a alta do abacate neste fim de ano. No estabelecimento, localizado na avenida Prudente de Morais, a fruta está sendo vendida a R$ 29,99 o quilo.
“Virei ouro”, diz o cartaz com o preço do abacate. Em conversa com a Rede 98, Pedro Henrique, o dono do sacolão, disse que a alta já era esperada e que ele quis descontrair um pouco para “aliviar a dor”.
“Natal é a época que o mundo todo praticamente consome maior quantidade de frutas em um mês específico. E agora chegou a vez do abacate dar uma reagida também”, observou ele.
Pedro disse que a brincadeira divertiu os clientes, que pararam de despejar as frustrações da alta no preço das frutas nos funcionários do sacolão.
“Quando só aumenta o valor das frutas, os clientes chegam no caixa e falam até na cabeça dos operadores de caixa, como se eles tivessem culpa. Mas com essa brincadeira, eles já chegam no caixa abordando de outra forma”, explicou.
Pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro entre 12 e 14 de novembro de 2024 revela que o preço médio do quilo do abacate subiu 248%, passando de R$ 7,51 para R$ 26,14 em Belo Horizonte.
Na capital mineira, a fruta pode ser encontrada de R$ 7,99 até R$ 29,99, variação que chega a 275%. Para o levantamento, foram consultados 21 estabelecimentos em BH e região.
Pedro Henrique explica que o abacate sempre foi umas das frutas mais desvalorizadas no mercado, por ser muito comum. Por esse motivo, ele sempre era encontrado nos sacolões por um preço baixo.
“Como ele sempre foi uma fruta sem valor comercial, o produtor costuma mudar para uma cultura que tem mais valor. Ai, certa época, pararam de plantar. E quando voltam a plantar, demora a produzir novamente, porque um pé recém plantado para entrar em alta produção leva em média de 2 a 3 anos”, explicou o comerciante.
Ele prevê, no entanto, que o período de alta logo deve passar. “Agora que está caro, muita gente decide plantar. Aí daqui uns dois anos, ele despenca de valor novamente. Mas acredito que esse valor atual não dura muito tempo, até março ele já baixou para o seu preço tradicional”, disse.