O rompimento da barragem da Vale, na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, completa cinco anos nesta quinta-feira. A tragédia deixou 272 pessoas mortas e devastou distritos da cidade. Três vítimas ainda estão sendo procuradas: Nathália de Oliveira Porto Araújo, Tiago Tadeu Mendes da Silva e Maria de Lurdes da Costa Bueno.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas vão seguir por tempo indeterminado. A operação completa hoje um total de 1.827 dias de trabalho. A última identificação de vítima aconteceu há 401 dias, em dezembro de 2022.
Sem data para julgamento
O processo que investigou as responsabilidades do rompimento da barragem corre na Justiça Federal. Ainda não há data para o julgamento. Há um ano, as empresas Vale e Tüv Süd, e 16 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). O pedido foi acatado pela Justiça Federal.
As investigações apontam que apesar de ter conhecimento dos problemas da barragem, a consultora Tüv Süd emitiu Declarações de Condição de Estabilidade da estrutura mesmo com o fator de segurança abaixo do recomendado por padrões internacionais. A mineradora sabia da situação e apresentou os documentos às autoridades.
Os investigados, entre eles, o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, e outros diretores da mineradora, vão responder por homicídio qualificado (270 vezes), crimes contra a fauna, crimes contra a flora e crime de poluição. Já as empresas Vale e Tüv Süd pelos crimes contra a fauna, contra a flora e crime de poluição.
Dia marcado por homenagens
A data será marcada por homenagens às vítimas e pedido de justiça pelos atingidos. Batizado de Ato por Justiça, o encontro desta quinta-feira conta com uma série de atividades ao longo de todo o dia.
A concentração está marcada para às 10h30, no letreiro de Brumadinho, onde foi construído um memorial às 272 vítimas da tragédia.
Ato é organizado pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Córrego do Feijão em Brumadinho - Avabrum, e pede respostas para o crime ambiental ocorrido em 2018.
“Até hoje, ninguém foi punido ou responsabilizado pela justiça por essa bárbara tragédia-crime. Exigimos a responsabilização das empresas Vale e TÜV SÜD, em todas as esferas, seja no Brasil ou no exterior. Que esta punição também sirva para mudanças no setor da mineração, nas legislações e na fiscalização”, afirma a entidade.
Os Bombeiros também prestam uma homenagem às vítimas nesta quinta-feira.
