A assinatura da repactuação da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, começa a ganhar seus primeiros contornos práticos. O documento, assinado na última sexta-feira (25/10), em Brasília, prevê o pagamento de R$ 100 bilhões pelas empresas Vale e BHP e que as responsabilidades na bacia do Rio Doce, que hoje estão com a Fundação Renova, sejam redistribuídas entre a mineradora Samarco - responsável pela tragédia - e os governos do Espírito Santo e de Minas Gerais.
Uma dessas ações que ficará a cargo do governo estadual envolve a recuperação do solo em propriedades rurais de 38 municípios afetados pelo rompimento. Desenvolvido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o programa visa acelerar a reparação de danos e implementar medidas de justiça e atendimento às famílias e comunidades impactadas, quase uma década após o desastre. As ações vão envolver práticas de conservação de solo, captação de água e uso de energia solar.
Será investido nos cinco primeiros anos, um montante de R$ 373 milhões, sendo que uma parte desses recursos é proveniente de um fundo implementado para recuperação produtiva e resposta a enchentes no valor de R$ 1 bilhão.
“São projetos importantes que serão implementados para a recuperação dos impactos da tragédia e também uma vigilância daqui para frente. Temos uma responsabilidade muito grande em gerir um fundo perpétuo, que será acionado sempre que necessário, para recuperar e reparar as áreas rurais atingidas pelas inundações do Rio Doce”, afirmou o diretor-presidente da Emater-MG, Otávio Maia, após a assinatura do acordo em Brasília.