Após décadas de promessas de duplicação e várias tentativas de concessão fracassadas, a BR-381, conhecida como “Rodovia da Morte” devido ao alto índice de acidentes fatais, pode finalmente ser privatizada. Na última segunda-feira (26), dois grupos apresentaram propostas para o leilão da rodovia, que ocorrerá nesta quinta-feira (29) na sede da B3, em São Paulo. A apresentação das ofertas traz alívio ao governo, que enfrentou dificuldades em atrair investidores nas tentativas anteriores, devido aos riscos de engenharia e incertezas sobre o retorno financeiro.
A rodovia, que tem um traçado sinuoso e é intensamente utilizada por veículos pesados, terá 304 quilômetros concedidos à iniciativa privada, abrangendo o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, passando pelo Vale do Aço. O novo projeto prevê um investimento de R$ 9 bilhões ao longo de 30 anos, com melhorias como 134 quilômetros de duplicações, 83 quilômetros de faixas adicionais, e a construção de passarelas e passagens de fauna. Para facilitar a concessão, trechos próximos a Belo Horizonte, que demandam desapropriações e remoção de moradias irregulares, ficaram sob a responsabilidade do poder público.
Entre os interessados, estão um consórcio liderado por Aterpa e JMalucelli e outro composto pelo Grupo Opportunity e a operadora Monte Rodovias, que já atua na região Nordeste. A concessão da BR-381 é vista como um passo importante para melhorar a segurança e a infraestrutura de uma das rodovias mais perigosas do país.