O Ministério Público de São Paulo proibiu a entrada de membros da Mancha Alviverde (razão social da Mancha Verde) nos estádios de futebol do estado. A decisão é uma resposta ao envolvimento da torcida no planejamento e na execução da emboscada contra a torcida organizada do Cruzeiro (Máfia Azul) no último domingo (27).
A decisão foi publicada pela Justiça no início da tarde desta quarta-feira (30/10). A mudança ocorre dois meses após o retorno da principal organizada do Palmeiras aos estádios. A Mancha Verde já havia sido punida anteriormente por se envolver em conflito com a torcida do Flamengo, durante as partidas das quartas de final da Copa do Brasil de 2024.
A emboscada
No último domingo, uma briga entre torcidas organizadas do Cruzeiro e do Palmeiras deixou um morto na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de 150 pessoas entraram em confronto na praça de pedágio, armadas com barras de ferro e pedaços de pau. Os cruzeirenses voltavam de Curitiba, onde acompanharam o jogo contra o Athletico-PR, enquanto os palmeirenses retornavam da partida contra o Fortaleza, em São Paulo.
Além da vítima fatal, ao menos 12 torcedores, todos os cruzeirenses, ficaram feridos e foram levados ao Pronto-Socorro Anjo Gabriel, em Mairiporã. Um dos ônibus que transportava torcedores do Cruzeiro foi incendiado.
Nas redes sociais, diversos vídeos mostram o momento da briga e os torcedores cruzeirenses feridos à beira da rodovia. Em nota enviada à Rede 98, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o ocorrido está sendo investigado pela Polícia Civil.
Os confrontos entre torcedores do Cruzeiro e do Palmeiras são recorrentes, e este episódio pode ter sido motivado por vingança, uma vez que, há dois anos, o presidente da principal organizada palmeirense foi espancado em uma briga na mesma Fernão Dias, em Carmópolis.
O que diz a Mancha Verde?
Em nota publicada nessa segunda-feira (28), a Mancha Verde negou a participação no ataque e afirmou estar sendo “injustamente apontada” como responsável pela emboscada.
“Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alviverde não tem especificações, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45 mil associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores”, diz a nota.
A torcida organizada afirmou ainda que “repudia toda e qualquer forma de violência” e reafirmou o compromisso “com a segurança e a convivência entre torcedores”.
“Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e proteção dos responsáveis por mais esse incidente fatídico e lamentável ocorrido na madrugada deste domingo”, finaliza a nota.