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Imagem: Reprodução

'Vida nova': homem preso injustamente durante três anos é absolvido na Grande BH

Felipe Emanuel foi acusado de tentativa de homicídio contra bebê


Por Larissa Reis

Um morador de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi absolvido após passar os últimos três anos preso injustamente. Felipe Emanuel da Silva Ribeiro era acusado de tentativa de homicídio qualificado contra o filho da ex-companheira, um bebê de 2 anos, mas a defesa dele conseguiu provar que ele era inocente em júri popular que durou mais de 17 horas no Tribunal do Júri em Betim.

Em conversa com a Rede 98, o homem de 27 anos conta que a sensação é de justiça e “vida nova”. Felipe lamenta o tempo que perdeu ao lado dos filhos, mas espera que agora comece uma página em branco.

“No momento eu fiquei tão emocionado que não aguentei nem ficar em pé. Caí no chão, chorei. Foi a melhor sensação da minha vida. Sensação de justiça mesmo. E agora é vida nova”, disse, emocionado.

“Eu estou me sentindo muito alegre. A justiça foi feita, graças a Deus. Enquanto eu estava lá dentro, estava passando por aquela injustiça, foi a pior fase da minha vida. Parou tudo na minha vida, meu serviço, o cuidado com meus filhos, a convivência com a minha família. Quando eu fui preso minha menina era pequena ainda. Quando saí, vi ela já tão grande. Foi muito tempo perdido”, lamentou ele.

Felipe foi preso em abril de 2021 e, no dia do ocorrido, fugiu do local após moradores tentarem linchá-lo. Ele ficou preso durante quatro meses e foi solto por excesso de prazo.

Em 2 de setembro, porém, o Ministério Público de Minas Gerais pediu novamente a prisão do homem. No total, ele ficou dois anos e sete meses detido.

“O Felipe já conhecia a mãe da criança há um ano e 7 meses, mas que ele estava se relacionando com ela havia exatamente três semanas. Já tinham tido idas e vindas, mas na época dos fatos tinha 3 finais de semanas que eles estavam se relacionando”, explica a advogada de defesa, Thamiris Gradice.

Para provar a inocência do homem, a advogada realizou uma intensa investigação dos fatos. Ao lado do advogado Leandro Camargo, ela conseguiu comprovar que a criança havia sofrido agressões antes de ter tido contato com Felipe.

“Nós pegamos detalhes do processo, sinalizamos contradições, fizemos diligências in loco e juntamos provas que a investigação não tinha feito. A defesa teve que se desdobrar. A gente foi na cena do crime, conversou com as pessoas, a gente coletou provas em redes sociais das pessoas envolvidas. Fomos coletando tudo que era possível para levar provas aos jurados”, detalhou Thamiris.

Para a advogada, a conquista simboliza mais que um grande feito profissional. Ver um inocente em liberdade e tendo a chance de recomeçar, para ela, foi o que valeu a pena.

“Eu passei noites sem dormir, nas vésperas o júri teve dia que eu acordei sonhando que eu tinha esquecido a beca e que, por isso, não iria conseguir defendê-lo. A gente fica com essa sensação de dever cumprido, é a vida de um inocente que está nas nossas mãos”, disse.

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