O Comitê do Prêmio Nobel da Paz deste ano visou reconhecer a grande quantidade de pessoas que lutaram contra a teocracia iraniana, um regime com políticas de discriminações e opressões voltadas para as mulheres. Em sua luta para defender os direitos humanos e a liberdade, Narges Mohammadi, continua enfrentando o rígido regime do Iran, o qual já a prendeu treze vezes, condenou-a e sentenciou-a cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas. Ela foi a quinta pessoa a ser laureada com o prêmio, estando na prisão.
Os eventos ocorridos no ano passado chamaram a atenção do comitê para o prêmio de 2023. Em setembro de 2022 a jovemMahsa Jina Amini morreu em custódia da polícia do Iran. Sua morte culminou com uma onda de protestos em grande escala, sob o slogan “Woman – Life – Freedom” ( “Mulher – Vida – Liberdade). Em torno de 500 manifestantes foram mortos e aproximadamente 20.000 pessoas foram presas e mantidas em custódia.
Em 2003, Narges Mohammadi,envolveu-se com o Centro de Defesa dos Direitos Humanos em Tehran, uma organização fundada por Shirin Ebadi, um laureado pelo Prêmio Nobel da Paz e em 2011 ela foi presa pela primeira vez. Em 2013 entrou na campanha contra a pena de morte, em que o regime já puniu, contando a partir de janeiro de 2022, mais de 860 prisioneiros com a morte.
Ela é uma mulher em prol dos direitos humanos e uma lutadora pela liberdade. Em seu livro White Torture (em português, Tortura Branca), ela relata sobre as torturas que as mulheres sofrem nas prisões iranianas.
A ONU pronunciou-se em defesa da soltura de Narges Mohammadi. A Fars, agência de notícias semioficial iraniana, manifestou-se, em um pronunciamento,dizendo que a premiação ocidental foi direcionada às ações contra a segurança nacional.