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Imagem: Divulgação / Nobel.org

A ativista Narges Mohammadi ganha o Prêmio Nobel da Paz de 2023

Por sua luta conta a opressão da mulher no Iran e por sua luta para promover os direitos humanos e liberdade para todos


Vitor Viterbo

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Doutor em Química pela UFMG; Mestre em Modelagem Matemática e Computacional pelo CEFET-MG, tendo realizado trabalhos em IA no Brasil e Estados Unidos. Atualmente dedica seu tempo ao desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em inteligência artificial, computação quântica, eletrônica e áreas afins.


O Comitê do Prêmio Nobel da Paz deste ano visou reconhecer a grande quantidade de pessoas que lutaram contra a teocracia iraniana, um regime com políticas de discriminações e opressões voltadas para as mulheres. Em sua luta para defender os direitos humanos e a liberdade, Narges Mohammadi, continua enfrentando o rígido regime do Iran, o qual já a prendeu treze vezes, condenou-a e sentenciou-a cinco vezes a um total de 31 anos de prisão e 154 chicotadas. Ela foi a quinta pessoa a ser laureada com o prêmio, estando na prisão.

Os eventos ocorridos no ano passado chamaram a atenção do comitê para o prêmio de 2023. Em setembro de 2022 a jovemMahsa Jina Amini morreu em custódia da polícia do Iran. Sua morte culminou com uma onda de protestos em grande escala, sob o slogan “Woman – Life – Freedom” ( “Mulher – Vida – Liberdade). Em torno de 500 manifestantes foram mortos e aproximadamente 20.000 pessoas foram presas e mantidas em custódia.

Em 2003, Narges Mohammadi,envolveu-se com o Centro de Defesa dos Direitos Humanos em Tehran, uma organização fundada por Shirin Ebadi, um laureado pelo Prêmio Nobel da Paz e em 2011 ela foi presa pela primeira vez. Em 2013 entrou na campanha contra a pena de morte, em que o regime já puniu, contando a partir de janeiro de 2022, mais de 860 prisioneiros com a morte.

Ela é uma mulher em prol dos direitos humanos e uma lutadora pela liberdade. Em seu livro White Torture (em português, Tortura Branca), ela relata sobre as torturas que as mulheres sofrem nas prisões iranianas.

A ONU pronunciou-se em defesa da soltura de Narges Mohammadi. A Fars, agência de notícias semioficial iraniana, manifestou-se, em um pronunciamento,dizendo que a premiação ocidental foi direcionada às ações contra a segurança nacional.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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