Um prestigiado evento realizado na terça-feira (9), no Palácio Tiradentes, sede do governo mineiro, marcou a assinatura pelo governador Romeu Zema do Decreto da Medalha Medalha Ministro Alysson Paolinelli criada pela Lei 24.582 de 30/11/23 numa iniciativa do Dep Antônio Carlos Arantes.
Além do governador estavam presentes, dentre outros o Vice-Governador Mateus Simões, o Secretário da Agricultura e Pecuária do Estado Thales Fernandes, a viúva do ex ministro Alysson , Marisa Paolinelli, o Presidente da Alagro, Manoel Mário, deputados, dirigentes e servidores de órgão do governos, entidades de classe.
Minas Gerais, terá uma medalha para homenagear produtores rurais e outros interlocutores ligados ao setor agropecuário do estado . A medalha leva o nome de Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura, que morreu em junho do ano passado, aos 87 anos, e será
Concedida a pessoas e instituições por relevantes serviços prestados à agropecuária, ao setor produtivo e ao desenvolvimento sustentável nas seguintes categorias:
I – Pequeno Produtor;
II – Médio Produtor;
III – Grande Produtor;
IV – Universidades e Empresas de Pesquisa e Inovação Públicas e Privadas;
V – Jornalismo e Comunicação Agro;
VI – Entidades, Associações, Cooperativas e Empreendimentos Agropecuários;
VII – Pesquisadores e Profissionais das diversas ciências que impactam em resultados e ações positivas para a agropecuária;
VIII – Pessoas Públicas e de Governo;
IX – Empresas Agropecuárias e Agroindústrias;
X – Jovem Produtor.
A medalha de que trata esta lei será concedida anualmente no dia 29 de junho, pelo governador do Estado de MG.
Alysson Paolinelli contribuiu significativamente para o desenvolvimento da agropecuária brasileira, razão pela qual é considerado por muitos como o “pai da agricultura moderna”, o “pai do cerrado” e o redentor do cerrado brasileiro, responsável direto por sua ocupação e expansão, o que proporcionou alimento para todo o mundo.
Dono de grande sensibilidade voltada para o conhecimento, a sociedade e a economia, liderou uma verdadeira revolução com base científica na agricultura do Brasil e de todos os países da faixa tropical do planeta, contribuindo decisivamente para a segurança alimentar aqui e no mundo.
Para muito além do simples aumento da produção, suas estratégias de desenvolvimento da atividade agrícola impactaram positivamente e sem precedentes os índices de desenvolvimento humano das regiões direta ou indiretamente influenciadas pelas inovações introduzidas por ele no manejo da terra.
No meio ambiente, apesar de reconhecermos a fertilidade e a robustez natural do bioma Cerrado, capaz de produzir fartamente frutos, madeira e água em condições tão drásticas, a abordagem científica sobre seus solos permitiu ajustes químicos e físicos que tornaram essas áreas disponíveis para a produção de gêneros agrícolas de alto valor de mercado e de demanda pela sociedade no âmbito nacional e internacional.
São exemplos a soja, o milho, a madeira e a celulose, além de toda a variedade de culturas, incluído o café, que hoje são beneficiadas pela ciência da agricultura tropical, promovida por Alysson Paolinelli.
A frase “A gente já sabe como produzir sem mais desmatamento”, repetida por ele em todos os fóruns, reflete a maturidade e a responsabilidade ambiental de que era embaixador.
Como professor, secretário de Estado, ministro de Governo, presidente de banco público, líder setorial e bom mineiro, o cidadão Alysson Paolinelli nunca se rendeu ao ego e se manteve acessível, afável e brincalhão ao longo de toda a sua jornada na Terra. Também nunca deixou de lado suas metas e seus objetivos, estabelecidos e declarados já na década de 1970:
– conquistar a autossuficiência na produção de alimentos, largamente superada;
– promover a ocupação racional do Centro-Oeste brasileiro;
– garantir ao mundo que não faltará alimento (não por falta de conhecimento!).
O reconhecimento internacional por atingir todas essas metas veio em 2006, quando recebeu o World Food Prize – conhecido como o Prêmio Nobel da alimentação –, da Fundação Norman Borlaug, pela relevante contribuição para a segurança alimentar mundial. O site da entidade explica a razão do reconhecimento: “Antes do trabalho de Paolinelli, o Brasil precisava importar a maior parte de seus alimentos. Mas nas décadas após o desenvolvimento de seu plano de produção agrícola para a região do Cerrado, o Brasil se tornou um exportador de alimentos [...]”.
Alysson Paolinelli ainda abraçou integralmente a filosofia da produção agrícola com sustentabilidade. Justa a escolha de seu nome para uma medalha importante para todos os que atuam no agro.