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Imagem: Fernando Sette/Agência Belém

Belém do Pará, a porta de entrada da Amazônia

Conheça a "porta de entrada da Amazônia", Belém do Pará e seus encantos: da Estação das Docas ao Mangal das Garças.


Cristiano Lopes

Entretenimento

Bacharel em Turismo, colunista do Se Liga Na Trip, do programa Radiocast


Santa Mara de Belém do Grão Pará, ou simplesmente Belém do Pará, é a capital do estado do Pará, está localizada a 120 km do mar e a 160 km da Linha do Equador. Fundada em 1616, foi a primeira capital da região Norte do Brasil e atualmente possui aproximadamente 1,3 milhão de habitantes (2022). Belém é banhada pelos rios Maguari e Guamá, sendo também conhecida como a porta de entrada da Amazônia.

A distância terrestre de Belo Horizonte até Belém totaliza 2.657 km, sendo que a distância em linha reta é de 2.112 km. Os voos diretos do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins para o Aeroporto Val de Cans – Júlio Cesar Ribeiro (BEL - sigla IATA) tem duração aproximada de três horas de viagem, enquanto os voos com conexão tem duração a partir de cinco horas e meia. A melhor conexão de BH para Belém é por Brasília. Fique ligado nessa dica quando for comprar a sua passagem aérea.

 

O que visitar em Belém?

- Estação das Docas - Inaugurada em 2000, a Estação das Docas é um dos espaços que mais refletem a região amazônica. Referência nacional, o complexo turístico e cultural congrega gastronomia, cultura, moda e eventos nos 500 metros de orla fluvial do antigo porto de Belém. São 32 mil metros quadrados divididos em três armazéns e um terminal de passageiros. O local é um dos cartões postais mais visitados do estado do Pará e recebe, em média, um milhão e meio de visitantes por ano.

- Ver-o-Peso - A casa do Ver-o-Peso foi instituída no século XVIII, como mesa fiscal, onde eram pagos os impostos dos gêneros trazidos para a sede das capitanias. Em 1899 começou a ser construído o Mercado do Ver-o-Peso, conhecido como Mercado de Ferro. A estrutura, toda de ferro, foi trazida da Europa, a cobertura principal é em telha tipo "Marselha" e as torres art-noveau possuem cobertura em escamas de zinco, sistema "Vieille-Montagne". Foi inaugurado em 1901 e tombado pelo IPHAN em 1977, sendo considerado um dos mercados públicos mais antigos do Brasil.

O Mercado Ver-o-Peso está localizado na Cidade Velha, área central de Belém. Ponto turístico e cultural da cidade, é considerado o maior mercado a céu aberto da América Latina. Os números são impressionantes: existem cerca de 5.000 trabalhadores, 1.250 barracas e uma circulação diária de mais de 50. 000 pessoas.

O Ver-o-Peso oferece produtos típicos do Pará e “vende de tudo”: peixes, verduras, frutas variadíssimas, farinhas de todos os tipos - de mandioca branca, amarela, fina, grossa, de tapioca e de goma, pimentas, camarões e peixes secos, carnes secas e coloridas para a maniçoba - prato típico de origem indígena feito com carnes e folhas de mandioca brava, remédios naturais, ervas, temperos típicos como o tucupi, feijões, favas, sementes, grãos e obviamente, o famoso açaí. Também existem vários tipos de artesanatos feitos com sementes da Amazônia e cerâmica Marajoara.

- Basílica de Nazaré - Inaugurada em 1909, é uma reprodução da Basílica de São Paulo, em Roma. As linhas arquitetônicas obedecem ao estilo romano, com predominância do neo-clássico. Mede 62 metros de comprimento, por 24 metros de largura e 20 metros de altura. As torres medem 42 metros, onde estão nove sinos e as portas da igreja são de bronze.

- O Círio de Nazaré - é uma manifestação religiosa católica, herdada dos colonizadores portugueses, marcada por procissões em devoção a Maria de Nazaré, que ocorre em Belém, celebrada anualmente desde 1793, no segundo domingo de outubro, reunindo cerca de dois milhões de pessoas. O Círio foi reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

- Forte do Castelo, erguido em 1878 no mesmo local onde os portugueses construíram em 1616 o Forte do Presépio, o marco da fundação da cidade. Os canhões ainda estão sobre seus trilhos de ajuste de pontaria no piso de pedra. Desse local tem-se uma vista privilegiada da baía do Guajará.

- Casa das 11 Janelas - foi construída a mando de um rico dono de engenho chamado Domingos da Costa Bacelar, em 1768. A partir de 1870 passou a funcionar o 8º depósito de suprimento de armas do exército brasileiro. Em 2011, o governo do Estado adquiriu o imóvel que foi transformado em uma referência em arte contemporânea.

- Mangal das Garças - O Parque Zoobotânico Mangal das Garças foi criado em 2005 sendo o resultado da revitalização de uma área de cerca de 40.000 metros quadrados às margens do Rio Guamá. É um pedacinho da Amazônia no centro de Belém. Esse espaço representa as diferentes macrorregiões florísticas do Pará: as matas de terra firme, as matas de várzea e os campos, com sua fauna e flora. O Parque Ambiental abriga lago artificial, lago da vitória régia, orquidário, viveiro de pássaros, borboletário, equipamentos de lazer, restaurante e estacionamento.

Dentro do parque, existem atrativos “pagos” que podem ser visitados: a Reserva José Márcio Ayres, o Viveiro das Aningas, o Farol de Belém e o Memorial Amazônico da Navegação. O preço para cada atrativo é de 7 reais, mas comprando o passaporte único, o visitante paga 20 reais e conhece os quatro atrativos.

#SeLigaNaDica: O Memorial Amazônico da Navegação (MAN) rememora a cultura do homem amazônida na sua relação com as águas. Os ambientes expositivos, tanto no pavilhão central quanto no seu entorno trazem objetos, fotografias, textos, painéis, instalações e equipamentos que permitem o entendimento da importância histórica da navegação pelos rios, nessa cultura das águas. Dentre os recortes abordados na exposição, um deles trata da história das tipologias de embarcações e o saber fazer regional – canoas, remos, redes de pescar. Acompanhe o Tour virtual do MAN através do link: https://portal.iteleport.com.br/tour/memorial-amazonico-da-navegacao/fullscreen


De acordo com a ABIH/PA, a capital paraense possui uma rede hoteleira composta por aproximadamente 5.712 unidades habitacionais que correspondem a 12.115 leitos. Existem ofertas de rede hoteleiras como Accor com as marcas Grand Mercure e Ibis, Radisson e Go Inn, mas também vários hotéis independentes como o Princesa Louçã.


O que comer em Belém?

A gastronomia típica regional paraense apresenta como maior destaque a cultura indígena com nítida influência portuguesa e africana. É considerada a mais autêntica do Brasil, justamente pelas suas características regionalíssimas. Os ingredientes básicos são oriundos da exuberante natureza (fauna e flora) da Amazônia, como camarão, caranguejo, marisco, peixe, caças, pato, suas famosas ervas, chicória, jambu, tucupi, pimentas de cheiro e farinhas retiradas da mandioca. Pratos típicos: pato no tucupi (constituído de pato, tucupi e jambu), maniçoba (folha da planta de mandioca cozida por quatro dias, sendo depois somados os mesmos ingredientes de uma feijoada completa) e tacacá (mingau que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco).

Os principais frutos que marcam a culinária regional são: cupuaçu, bacuri, pupunha, taperebá, muruci e manga. O açaí do Pará é utilizado no almoço como prato principal acompanhado de peixe e camarão. É encontrado em duas colorações: o açaí roxo e o açaí branco. Do açaizeiro ainda é produzido o palmito de açaí, extraído da base da copa, bastante utilizado na culinária regional, em pratos finos.

#Seliganadica: Agora vou te dar a dica de cinco experiências gastronômicas incríveis em Belém do Pará:

  1. Comer a melhor unha de caranguejo do mundo, criada pela Chef Herlander no Boteco do Camarão. É incrivelmente deliciosa e pode ser acompanhada da cerveja ou chopp da Cerpa, que tem a principal fábrica em Belém.
  2. Tomar café da manhã nas feiras abertas, onde você pode comer tapioca (recheada de vários sabores) e tomar sucos regionais de frutas típicas da Amazônia.
  3. Jantar no Remanso do Peixe, restaurante tradicional da família do chef Thiago Castanho. O local é simples e aconchegante, mas a comida é espetacular.
  4. Atravessar o rio de barco e almoçar no Saldosa Maloca, na Ilha do Combu. O restaurante é feito de madeira e suspenso sobre as águas do Rio Guamá. O local oferece uma vista privilegiada de Belém e a possibilidade de tomar banho de rio. Além da comida que é ótima, o estabelecimento possui a Loja Curupira que vende chocolates, doces e geleias fabricados com frutas do sítio Saldosa Maloca, assim como artesanato e licor de jambu que são produzidos por parceiros.
  5. Tomar um, dois ou três sorvetes na Cairu. A sorveteria já foi eleita a melhor do Brasil e uma das 100 gelaterias mais icônicas do planeta com o sabor açaí, segundo a enciclopédia gastronômica Taste Atlas.

 

O local ideal para as suas compras na capital paraense é o Mercado Ver-o-Peso, que tem “de tudo” do melhor do Pará.

 

Espero que tenha gostado do nosso roteiro por Belém e te espero para a nossa próxima viagem! Até lá.


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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