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Imagem: Gil Leonardi / Imprensa MG

Caça a Zema é caça à razão

Falas a respeito do consórcio Sul Sudeste deflagraram mais uma série de ataques coordenados ao governador; mas por qual motivo?


Ricardo Kertzman

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Empresário, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, discutiu com o obstetra e reclamou do hospital. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração


Raramente se viu, no Brasil, uma reação - orquestrada ou não - tão dura a um governante, no caso, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, relacionada a uma fala (ainda que confusa e mal exemplificada) como a deste domingo, em uma entrevista concedida ao jornal Estado de São Paulo e replicada por todos os veículos de imprensa.

Zema comentou sobre a união, em consórcio, dos estados do sul e sudeste do país, em busca não de confronto com as demais regiões, ou qualquer aspiração separatista, mas de equilíbrio de forças no campo político e econômico, algo historicamente em falta desde a criação do tal Pacto Federativo — uma piada de muito mau gosto, aliás.

Políticos à esquerda e de centro, inclusive mineiros, partiram para o ataque, descontextualizando a entrevista do governador. Do governista Flávio Dino (ministro da Justiça) não se esperaria outra coisa senão oportunismo e desonestidade intelectual — algo para lá de comum à esquerda brasileira.

Já de Alexandre Silveira, outro governista (ministro de Minas e Energia), também, ainda que com menor intensidade. Mas do senador Rodrigo Pacheco, em que pese alianças políticas e desavenças ideológicas, não. Ao menos eu não esperava. Ambos sabem que suas críticas são injustas e que Zema jamais intencionou o que querem fazer crer.

Outro político a condenar indevidamente o governador mineiro foi seu ex-correligionário, João Amoêdo, defenestrado do Partido Novo por seus próprios méritos e deméritos. O ex-candidato, derrotado à Presidência em 2018, aproveitou o “escorregão verbal” de Zema para aliar-se à esquerda e mentir despudoradamente — não é a primeira vez, diga-se. 

Essa turma toda sabe que os governadores do chamado Cosud, criado em 2019, têm razão, e absolutamente nenhum deles adjetivou de forma tão oblíqua e veemente a criação do Consórcio Nordeste (também em 2019), que reúne os estados da região. Ninguém jamais os acusou de separatismo, xenofobia e outras bobagens do gênero.

Por que o pau está dando só em Chico (Bento) e não em Francisco também? Ora, 2026 já começou. E Zema, queiram ou não seus detratores, desponta, sim, como liderança da direita, ou do antipetismo, força política que, hoje, divide o Brasil em duas metades praticamente iguais - vide o resultado recente de 2022.

Atenção: o Bolsonarismo não é o Lulismo, força hegemônica à esquerda que impede qualquer outra candidatura senão a do ex-tudo (ex-condenado, ex-presidiário, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro), ou um poste indicado por si, como Dilma e Haddad. Há vida pensante, atuante e viável do lado de cá, que não seja Jair Bolsonaro. Ainda bem.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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