Nada mais atual que a comédia shakespeariana, “Muito barulho por nada” (Much ado about nothing).
A CPI instalada em 2021 na Assembleia de Minas Gerais para apurar as contratações realizadas pela Companhia energética de Minas Gerais (CEMIG) não deu em nada, desperdiçou tempo e dinheiro dos nobres deputados da ALMG, aliás uma correção: tempo e dinheiro do contribuinte, do pagador de impostos e por determinação do Ministério Público de Minas Gerais foi arquivada.
O MP afirma que não há sequer indício de ato criminoso ou irregularidade. "Após profunda análise das provas documentais e testemunhais carreadas aos autos, verifica-se que as narrativas descritas nas representações, bem como no relatório da CPI da CEMIG, e que deram origem às investigações, não constituíram justa causa para ajuizamento de Ação Civil Pública".
O governo de Minas embora tenha se manifestado favorável a todas as investigações lembra que a decisão ora proferida atesta a ausência das irregularidades alardeadas por alguns parlamentares e em nota, assinada pelo governador Romeu Zema, destaca:
"A decisão sobre a Cemig é uma prova de que nosso trabalho na administração pública é respaldado pelo cumprimento da lei, visando sempre atender à população mineira com a melhor prestação de serviço possível".
CPI’s são e sempre serão instrumentos políticos, mas não podem e não devem tornar-se desperdício de dinheiro público com intermináveis sessões e nem instrumento de vingança política.
Em tempo…
Salim Mattar, consultor para projetos estratégicos na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, anunciou seu desligamento do governo.
Na função desde 2021, Mattar despediu-se de seus colegas de governo com mensagem de agradecimento pelo período em que esteve no executivo mineiro, alegando que sua saída é por um final de ciclo de suas atribuições.
O empresário, os que o conhecem sabem que não é um homem de meias palavras, vinha se mostrando descontente pelo ritmo mais lento em que os movimentos de privatização aconteciam e pela demora da aprovação delas na Assembleia de Minas.
Além disso, ele estava incomodado com algumas mudanças dentro da estrutura do governo. Lembrando que por motivos quase idênticos ele desligou-se do governo Bolsonaro no meio do mandato do ex-presidente.