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Imagem: Ricardo Stuckert / PR | Agência Senado / Divulgação

Lula e Cleitinho: civilidade política une os opostos

Políticos não sobrevivem em um regime não democrático, por isso lhes resta a convivência. Tanto melhor se for cordial


Ricardo Kertzman

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Empresário, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, discutiu com o obstetra e reclamou do hospital. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração


São tão raras as atitudes elogiáveis de políticos e governantes, no Brasil, e mais raros ainda os seus feitos práticos que, confesso, infelizmente, sinto até uma certa dificuldade para escrever a respeito e tecer elogios.

Neste caso, então, que envolve duas correntes que me desagradam profundamente (lulopetismo e bolsonarismo), principalmente o presidente Lula — um político que me causa ojeriza — , fica ainda mais difícil a minha tarefa.

Gosto muito do senador Cleitinho, um rapaz visivelmente bem-intencionado e disposto a enfrentar as mazelas do País - o que lhe falta em muitos aspectos, compensa com humildade, garra e honestidade.


Ambos (Lula e Cleitinho) protagonizaram, recentemente, para minha surpresa, episódios de civilidade e decoro políticos ao defenderem publicamente (de vaias) opositores partidários em eventos que participaram.

No Rio de Janeiro, semana passada, Lula pediu aos militantes petistas, presentes a um encontro, o fim das vaias ao atual governador fluminense, Cláudio Castro (PL), aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Já nesta segunda-feira (14), foi a vez de Cleitinho (Republicanos) sair em defesa de um colega parlamentar, o deputado federal petista Reginaldo Lopes, que participava de um evento político ao seu lado, em Belo Horizonte.

"Não vamos fazer isso, não. Ele está tendo a educação de estar aqui. Tudo que for para a população, você (Lopes) pode contar comigo", disse Cleitinho aos presentes, admoestando-os pela descortesia.

A política deve ser campo de batalha de ideias - e ideais -, mas nunca de pessoas. Até porque, fora dela (política), só há um caminho, a ditadura. E como os políticos não sobrevivem em um regime não democrático, lhes resta a convivência. Tanto melhor se for cordial.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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