Opinião

  1. Notícias
  2. Opinião
  3. Luminárias: a cidade das luzes
Imagem: Foto: Ovni Pesquisa

Luminárias: a cidade das luzes

Uma cidade no Sul de Minas Gerais está na rota dos óvnis e dos seres misteriosos.


Paulo Baraky Werner

Entretenimento

Jornalista e escritor. Ufólogo e pesquisador de campo. Editor da Revista OVNI Pesquisa e fundador do Cipfani - Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos. Colunista da coluna "De outro mundo" no Rádio Cast.


Durante dois dias, 5 e 6 de novembro de 2021, o coeditor da revista OVNI Pesquisa, Edison Boaventura Júnior e sua equipe do canal Enigmas e Mistérios, estiveram na cidade de Luminárias, MG, pesquisando, coletando e filmando vários depoimentos dos moradores locais.

Situada entre os municípios de Carrancas e São Thomé das Letras, integra o Circuito Turístico Vale Verde e Quedas D’Água e também a Rota da Estrada Real. Possui grande potencial natural e cultural, com lindas cachoeiras, cavernas, grutas, pinturas rupestres, lindas paisagens, festas folclóricas etc. Também tem vocação para os esportes de aventura e, futuramente, entrará no roteiro ufológico, por ser um local de grande incidência destes fenômenos anômalos.

Alguns anos atrás, já havia feito contato com moradores e com a prefeitura e descobri que havia pelo menos um livro que retratava esta casuística insólita na região. Em fevereiro de 2008, foi feito um contato telefônico e por e-mail com o senhor Lincoln Daniel de Souza, que na época era o diretor do Departamento de Turismo e Cultura da cidade. Ele gentilmente me presenteou com o livro Luminárias, Iluminando Rumos do Caminho Velho da Estrada Real, da escritora Maria da Graça Menezes Mourão, editado em 2007.

FENÔMENO OVNI É ANTIGO!

Esta obra revelava que o fenômeno ufológico já era conhecido dos colonizadores desde 1740 e este fato originou inclusive o nome daquela cidade mineira, pois apareciam pontos luminosos sobrevoando uma grande serra próxima.

O livro conta também a história daquele povoado que se iniciou no século XVIII, com a construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Carmo das Luminárias, na fazenda de Maria José do Espírito Santo. Entretanto, quando a localidade era ainda um arraial, os moradores já observavam a aparição de luzes em movimento, durante a noite, no alto da serra que hoje se denomina “Serra das Luminárias”. Em 1873, recebeu o nome de Carmo das Luminárias e, em 1923, o distrito teve a sua denominação reduzida para Luminárias.

Estas manifestações sobrenaturais levaram os colonos a comentarem uns com os outros: “parecem luminárias” e por este termo foi assumida esta nomenclatura para a localidade durante séculos, com apenas algumas modificações.

Nas páginas 17, 18 e 19 da obra da escritora Maria da Graça, têm-se a explicação que veio transmitida de forma oral e também uma interpretação ufológica. Transcrevo alguns trechos a seguir: “... Depois do anoitecer, sempre acima das Serras de Luminárias e da de São Tomé aparece uma bola de fogo que irradia uma claridade muito grande e movimenta-se com muita rapidez para todos os lados... Em Carrancas esta luz, depois de algum tempo, sempre desaparece para os lados da Serra das Luminárias, perto de onde ela aparece... Lá ela é conhecida como a ‘Mãe do Ouro’...”.

Lincoln disse que apesar do fenômeno ser antigo, ainda ocorria de tempos em tempos na cidade. Em e-mail datado de 11 de fevereiro de 2008 escreveu: “Com relação à aparição de luzes nos tempos atuais, isso é muito comum, diversos são os relatos de moradores da comunidade que dizem se deparar com estranhas luzes nessa região, principalmente motoristas que estão dirigindo a noite e veem luzes parecendo outros faróis, mas que quando se aproximam as mesmas somem. Muito sinistro!!! Dois primos meus já tiveram o carro acompanhado por uma estranha luz por vários metros, em dois pontos da estrada que vem da cidade de Lavras para Luminárias e vários são os outros relatos!!!”.

PESQUISA RECENTE REVELOU MUITOS CASOS

No dia 5 de novembro de 2021, a equipe se encontrou com os funcionários da Coordenadoria de Turismo da cidade, Josias Felipe Pereira dos Reis e Carlos Alberto Eugênio Júnior, que foram os guias e facilitadores durante as pesquisas empreendidas.

Eles confirmaram a história do nome da cidade e acrescentaram que o bandeirante paulista Fernão Dias Pais Leme, mais conhecido como “O Caçador de Esmeraldas”, bem como os índios Caiapós da região já conheciam a localidade como Luminárias, por causa destas luzes misteriosas que apareciam na serra. Carlos Alberto disse: “o nome em latim significa dentre outras coisas, aquilo que brilha e, considerando os fenômenos luminosos na região, há uma grande possibilidade do nome ter se originado por este motivo”.

Carlos disse que muitos moradores da região já tiveram experiências com os OVNIs e seres estranhos. Ele mesmo relatou uma lenda que seu pai contava referente a um jipe fantasma que aparecia nas estradas de terra, principalmente na área rural.

“Meu pai e outras pessoas contavam que viram o jipe fantasma. Segundo a descrição deles eram duas luzes vermelhas que apareciam nas estradas e pareciam os faróis de um jipe. Meu pai chegou a ver este suposto jipe se aproximar dele. Então, ele pediu carona, só que quando chegou perto, estas luzes passaram por ele, não era jipe e sim, duas luzes vermelhas. Hoje, consigo relacionar esta lenda com os OVNIs em forma de sonda redonda e luminosa que aparecem aqui na região”, contou Carlos.

No Camping Sítio dos Coqueiros, no sopé da Serra das Luminárias, Cássia Zanonne contou sobre o avistamento de uma estranha luz. “Abri a janela de madrugada e vi uma bola de fogo brilhante que subiu e depois desceu. Não faz muito tempo que eu vi. Foi uma coisa muito linda!”, disse a proprietária do camping.

LIVRO ABORDA CAUSOS MISTERIOSOS

No encontro com a vereadora Aline C. G. de Souza, o coeditor da OVNI Pesquisa recebeu de presente o livro Memórias Iluminadas, dos escritores Paulo Morais e Andressa Gonçalves, editado em 2008. A obra reúne histórias da vida de 26 moradores da cidade de Luminárias, nascidos até o ano de 1939.

Contam várias histórias e “causos” pitorescos, incluindo a lenda do caboclo d’água, do lobisomem, dos homens de branco, de assombrações e das luzes que aparecem na Serra de Luminárias, na zona rural e na cidade...

Nas páginas 144, 145, 146 e 147 há os relatos de Luci Teodora Moreira. Ela contou sobre casos de assombração e do nego d’água, bem como os avistamentos de luzes que ela presenciou. “Eu já vi duas vezes a luz na serra. Enxerguei a bola, que passou por cima da casa e clareou o terreno tudo. Ficou clarinho como o dia. Era no escurecer, não tava bem de noite ainda. Tava anoitecendo. Eu tava de passeio na casa de um sobrinho meu, de lá do rio. Tava no alpendre da cozinha e tinha um rapazinho que tava arrumando lenha no terreiro de baixo, pra trazer pra dentro. Eu tava lá olhando ele cortando lenha e de repente veio aquele clarão. Eu olhei pra cima, era aquela bola, mas era igualzinho um clarão da luz cheia. Aquilo brilhando, passou por cima da casa e tinha um campo muito grande pra lá da casa, aquilo derrubou no campo e sumiu. Mas o rapazinho gritou de medo, ele viu também. Ele gritou: ‘Ô Benta – a mulherzinha chamava Benta –, me acode, o mundo tá acabando! ’ Aí a Benta saiu correndo lá: ‘O quê, Jorge? ’ e ele respondeu: ‘Ah, passou uma bola de fogo aqui por cima’”, contou Luci Moreira.

Outro relato de avistamento da luz foi presenciado por Cristiano Carvalho e está descrito na página 181. “A luz na serra eu já vi, ela ficava parada. A gente ia andando, chegava lá e não tinha nada, era alguma coisa invisível. Eu penso assim: o que morre não volta mais”, contou Cristiano.

Vicente José Moreira nasceu em Luminárias em 1934 e na página 213 relatou o seu avistamento. “Eu fui criado com o dono daquela serra. Diz que tinha uma luz que alumiava lá. Então, Luminárias chama Luminárias por isso. Eu fui criado na casa desse homem, considerado como se fosse um irmão meu, um irmão de criação. Essas luz aparecia e às vez ilumiava um tanto de tempo, uns minuto, e era só num lugar só. Aí, de repente, ela vinha apagando e fazendo uma espécie de um fogo mais azulado e apagava. Às vez, passava um tempo, ela tornava a acender outra vez. Eu ainda cheguei a ver. Depois ela desapareceu, parou de alumiar”, afirmou Vicente.

A vereadora Aline de Souza contou também sobre o seu avistamento de um típico “disco voador”. “Eu vi! Eu e um colega estávamos andando de bicicleta. Outras três pessoas também viram. Era noite e resolvermos parar. Descemos da bicicleta e sentamos na grama. Meu colega gritou: ‘Corre!’. Era um disco como se fosse dois pratos sobrepostos. A velocidade foi incrível. O objeto jogou um foco de luz em cima de nós! Foi assustador! ”, contou ela.

CILINDRO METÁLICO PARADO EM CIMA DA SERRA

A equipe de pesquisa ficou hospedada na Pousada Serra da Luz, do proprietário e artista plástico Ailson de Moura Godinho. Ele já teve vários avistamentos de OVNIs na região.

Ele contou que no início da construção da sua pousada, há 14 anos, observou um objeto cilíndrico metálico que estava parado em cima da serra. “O avistamento foi muito rápido, mas fiquei intrigado com aquele cilindro metálico, uma nave, um charuto! Recentemente, em 2021, vi luzes coloridas, mudando de cor. Parei o carro para avistar melhor o fenômeno luminoso, mas logo sumiu. Tem muita gente que relata que vê estas mesmas luzes em vários locais de Luminárias e, inclusive na Serra Grande”, afirmou Ailson Godinho.

O artista plástico também tem em sua pousada vários quadros de sua autoria sobre temas associados ao Fenômeno OVNI, apesar de sua arte ser abstrata e sutil em alguns aspectos.

A equipe conheceu o senhor Úba no Departamento de Turismo da cidade e o entrevistou naquele local. Ele contou várias histórias envolvendo ele e também parentes e conhecidos. Disse que há cerca de 40 anos, desceu um OVNI no São José, na região do Cardoso. “Meu pai, Antônio Ferreira Araújo, o senhor João Juvenal, Tio Moreira e outros viram a mesma coisa. Contam que do objeto desceu uns bichinhos de cabeça grande, redonda e meio bicuda, falando esquisito. Eu, quando era adolescente de 13 pros 14 anos, década de 70, eu vi a luz. A bola luminosa mudava de cor e estava lá na serra. Era do tamanho da lua cheia e clareou tudo em volta. Quando cheguei no meu destino ela sumiu e eu estava com muito medo. Contei aquele causo pra minha família, assim que cheguei. Muita gente já viu e meus irmãos também viram em outras ocasiões”, contou Úba.

FENÔMENOS DIVERSOS NA SERRA GRANDE

Na região da Serra Grande, dentro da propriedade do senhor Didi, a equipe de pesquisadores conheceu algumas cachoeiras próximas e coletou os causos vivenciados ali pelo principal morador da região.

Didi da Serra Grande, como é conhecido, disse que já observou estes estranhos fenômenos luminosos em várias épocas e, inclusive, no dia anterior à visita dos pesquisadores, teria avistado um fenômeno que não soube explicar o que seria.

“Já vi várias vezes. Já vi a noite virar dia. Foi numa sexta-feira do ano de 1987. A noite estava estrelada e voltava eu da casa de uma namorada, montado a cavalo eu vi uma luz que clareou a montanha de Carrancas. A luz desceu e virou como se fosse um fogo. O cavalo ficou assustado e eu também. Outra vez, meu pai viu uma luz no mata burro. Ele ficou com medo de ser alguém querendo roubar sua propriedade e, pediu para mim e para outro colega irmos no local onde aparecia a luz. Meu colega se aproximou e deu um pulo pra trás e disse: ‘Não tem nada lá’. A luz apagou, sumiu do nada. Então nós três fomos embora! ”, disse Didi.

Ele contou que o avistamento mais demorado e impressionante ocorreu há seis anos. Ele e mais três adultos e dois rapazinhos iriam fazer um churrasco após terem feito procedimentos com os animais da fazenda. “Acabou de escurecer e nós vimos três fitas multicoloridas dançando no céu em cima de nós. Ficamos olhando sem entender. Voltamos para o churrasco e alguns minutos depois os rapazinhos disseram que as fitas luminosas ainda estavam lá. Saímos e vimos aquilo e, ficou mais ou menos duas horas dançando no céu. Já era tarde e entramos nos carros para irmos embora e as fitas coloridas foram acompanhando os nossos carros. Ficamos olhando até que sumiram numa curva da estrada. Queria ver de novo isso! Um conhecido meu disse que viu três seres esquisitos, hominhos baixinhos lá no morro do Gavião, em Luminárias. Tem muita coisa estranha por aqui”, complementou Didi.

A equipe perguntou ao Didi se tinha observado algum fenômeno recentemente e ele disse: “Em 2021, vi algumas vezes uma luz que aparecia do outro lado da montanha. Certa noite, vi duas luzes, uma mais forte e outra mais fraca na cor vermelha. Ontem, dia 5 de novembro, vi ali na Serra Grande uma luz verde. Não sei o que é isso! ”

No centro da cidade, a equipe abordou alguns moradores. Muitos, desconfiados, não quiseram gravar em vídeo suas observações insólitas. Outros contaram sobre as aparições. Um senhor, inclusive, contou que no final de outubro de 2021, ele e a esposa viram um aparelho verde luminoso, girando. “Eram 19h30 e vi um aparelho verde. Não sei o que é isso! Chamei minha esposa que também viu. Muitos aqui dizem que é a Mãe do Ouro que voa pela serra e, aparece nos grotões da região”, disse ele.

O que atrai a presença dos OVNIs na cidade de Luminárias, MG ainda é um mistério! Entretanto, a constatação é de que, desde tempos remotos e até os dias atuais, os OVNIs e seus tripulantes aparecem nesta belíssima região de Minas Gerais. Você quer ver um OVNI? Então, vá para Luminárias! Quem sabe, se for seu dia de sorte, avistará algum destes acontecimentos fantásticos e inexplicáveis! Se tiver alguma experiência por lá, não se esqueça de comunicar o fato aos pesquisadores de OVNI Pesquisa pelo site oficial – www.ovnipesquisa.com.br

MÃE DO OURO NA PEDRA DOURADA

Pouquíssimas cidades mineiras receberam seus nomes por causa de fenômenos luminosos insólitos. Outra cidade mineira, além da cidade de Luminárias, que poderia ter o nome associado ao Fenômeno OVNI é o município de Pedra Dourada, na Zona da Mata, que possui uma enorme montanha de 1200 metros de altitude com o mesmo nome do município.

Diz a lenda que nesta localidade habita a “Mãe do Ouro”, que seria uma entidade fantástica que viveria em um palácio submerso ou subterrâneo e, eventualmente, passearia luminosa e rapidamente, pelos ares da cidade.

Desde tempos imemoriais se conta esta lenda e se afirma que a luz sempre foi vista pelos habitantes do lugar. Os mais antigos dizem que é possível ver a luminosidade daquele fenômeno na grande montanha, de forma intensa, principalmente nas madrugadas de lua nova.


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
Colunistas

Carregando...


Saiba mais