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Imagem: JD Photography / Pexels.com / Divulgação

O que é que eu vou fazer com essa tal Liberdade?

Faço, na minha primeira coluna, uma reflexão sobre esse bem tão precioso, e que pode nos ser cerceado quando menos esperamos


Gustavo Figueiroa

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Consultor Jurídico na área de Infraestrutura, concessões de serviços públicos e na estruturação jurídica de negócios privados. Graduado e Mestre em Direito. Professor em cursos de Graduação e Pós-Graduação.


Olá, muito prazer, sou Gustavo Figueiroa

Inicio hoje uma das mais incríveis experiências da minha vida. É uma honra muito grande ser colunista em um dos maiores meios de comunicação do Estado de Minas Gerais e poder expressar a minha opinião livre e responsável sobre os acontecimentos políticos e sociais, sempre contextualizada com a minha visão, um pouco míope, às vezes irônica, mas bastante esperançosa de ver o mundo.

Apesar de exercer a advocacia consultiva empresarial, sou um apaixonado por notícias, política, rádio e TV.  Estou na Rede 98 há aproximadamente 1 ano, participando e claro, aprendendo muito, no programa 98 Talks. E como é bom fazer parte deste time. Mas ao final deste texto, você vai entender ainda mais os motivos da minha felicidade em começar esta nova etapa!

E para dar o pontapé inicial, não poderia deixar de falar de uma das maiores conquistas da humanidade: a Liberdade. Meus primeiros aprendizados sobre Liberdade foram com meu saudoso e falecido vô Ari, durante a minha infância no Sul de Minas, na pequena e amada cidade de Carmo da Cachoeira. Ele, pessoa de uma inteligência e experiência humana incrível, sempre me dizia que a Liberdade é o maior poder, não direito, que o indivíduo possa ter.

Acredito que pensava assim, pois saiu jovem da pacata Itamarandiba em busca de estudos e de uma vida melhor no Rio de Janeiro. Mas não esperava que seria durante as ditaduras de Vargas e dos Militares, tendo, consequentemente, sua liberdade de expressão cerceada pelos maiores autocráticos da nossa república tupiniquim.

Outra pessoa muito importante na minha compressão sobre a Liberdade foi o meu saudoso e também falecido, Tio Jadir Barroso, jornalista fantástico com uma história brilhante em diversos meios de comunicação, público e privado, e graças a sua inteligência ímpar, sobe se esquivar das perseguições políticas da ditadura, mas vivenciou na pele, a falta da liberdade no exercício da sua profissão.  Às vezes, tento imaginar, como seria, nos dias de hoje, a conversa entre o Tio Jadir e Vô Ari, duas pessoas inteligentíssimas, sobre os tempos difíceis que a sociedade brasileira vem enfrentando. 

Uma coisa é certa, deveria ter muito pão de queijo e whisky, a combinação perfeita para eles nos encontros da família!  Sei que é muita pretensão minha imaginar essa conversa, mas sonhar sempre é possível, principalmente no mundo conturbado que vivemos, e quem sabe encontrar algumas respostas para os desafios atuais. Mas o que eles discutiriam sobre os bloqueios de redes sociais determinados pelo Estado? E sobre os pedidos de cancelamentos de outorgas a meios de comunicação? E a relativização da democracia, unico regime possível para o exercício da Liberdade!

E inúmeros outros atos determinados pelo Estado como forma de cercear e retaliar o exercício do "poder" da Liberdade!  

Acredito que ambos me diriam que a Liberdade jamais poderá ser quantificada, dividida, diluída, relativizada ou qualquer outro procedimento de transformações que seriam somente possíveis pela física. Acredito que ficariam revoltados se soubessem que dividiram a Liberdade em liberdade econômica e de costumes, somente para facilitar os "encaixes" dos discursos políticos da atualidade.  

Diriam também que o exercício da Liberdade não é ilimitado, pois qualquer discurso nesse sentido, é na sua essência, autoritário. Pelo que já viveram penso que diriam que os excessos cometidos no exercício da liberdade, jamais, e em hipótese nenhuma, pode ter como punição, a censura, mas caso verificada a intenção de injuriar, caluniar, difamar, ou gerar dano a outra pessoa, o caminho democrático, nunca relativizado, é a aplicação da legislação civil e penal. 

Mas esperançosos como sempre foram, acredito que encontrariam luzes ao meio de tanta escuridão, pois afinal, já viveram em tempos mais sombrios no passado. E exatamente por isso, que acredito que os dois seriam os meus maiores incentivadores e as minhas maiores inspirações para iniciar essa nova etapa na Rede 98, literalmente a Rede do Bem, pois ciente da minha responsabilidade, estou muito feliz de participar desse seleto time, que tem na sua essência a defesa e respeito pela Liberdade. "O Estado cumpre o seu objetivo quando assegura a liberdade de todos"- Immanuel Kant.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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