Patrimônio histórico cultural é um conjunto de bens materiais e imateriais que têm valor histórico para as culturas dos povos, que devido à sua importância, deve ser preservado por representar uma riqueza cultural para a humanidade.
Valorizar o patrimônio histórico cultural é valorizar a identidade que molda as pessoas. Por isso, preservar as paisagens, as obras de arte, as festas populares, a culinária ou qualquer outro elemento cultural de um povo, é manter a identidade desse povo.
A Estrada Real possui incontáveis riquezas históricas, naturais e culturais, e algumas delas são reconhecidas internacionalmente por seu valor inestimável para a humanidade.
Separamos um roteiro com alguns patrimônios da Estrada Real onde o turista poderá passear pelos caminhos com o olhar mais aguçado, reparando em suas marcas, seus sabores, suas construções históricas e seus espaços comuns – de fé e coletividade.
Além da lista de Patrimônios da Humanidade na Estrada Real, reconhecida pela Unesco, como Ouro Preto, que foi uma das primeiras cidades tombadas pelo IPHAN, em 1938, destacamos outros verdadeiros museus a céu aberto, onde as obras de arte se expõem aos olhos de todos, ao longo das ruas em pequenas e acolhedoras cidades erguidas entre as montanhas.
No Caminho dos Diamantes, Conceição do Mato Dentro com um imenso patrimônio histórico e natural preservado, mantém vários bens imóveis seculares preservados, em destaque a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
A igreja, que é tombada desde 1948 pelo IPHAN, começou a ser construída em 1702, sendo o início da sua história um marco na formação do município.
Já o Chafariz da Praça Dom Joaquim se destaca pelo seu feito e originalidade, como um dos mais belos exemplares do gênero em Minas Gerais.
Todo feito em pedra sabão, foi inaugurado em 22 de abril de 1825 – “Quarto da Independência” – como se lê em inscrição gravada na sua base, vindo a substituir o velho pelourinho que ali existia desde 1719.
Em Caeté, no Caminho do Sabarabuçu, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é um dos belos exemplares do barroco. Construída em 1757 pelo Frei Henrique Pereira, tem planta de autoria de Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho e no seu interior possui o piso e a pintura do teto original.
Em frente à igreja e cercado em sua extremidade por quatro postes de pedra, está o Pelourinho do Poder. Datado de 1722, ele simboliza o poder Real da Vila. Construído em blocos de pedra, o Pelourinho do Poder era usado para expor os escravos e criminosos à vergonha, já que ali eles apanhavam em público. O Pelourinho é um dos poucos ainda existentes em Minas Gerais.
Mas Caeté ainda reserva o Conjunto Paisagístico da Serra da Piedade, protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1956.
A paisagem cultural da serra é concebida pelo simbolismo religioso atribuído, que surgiu devido à lenda de uma aparição da figura da Virgem com Jesus nos braços no alto da Serra. O Conjunto Arquitetônico compreende a Igreja Nossa Senhora da Piedade, a Casa dos Romeiros, o Cruzeiro com imagem da cena do calvário, edificação usada como lanchonete, outra como restaurante, a Igreja-Abrigo da Serra da Piedade e o edifício que abriga o observatório astronômico Frei Rosário.
Já no caminho Velho, com grandiosa riqueza histórica e cultural, Belo Vale abriga importantes patrimônios, como o Museu do Escravo, o único no Brasil exclusivo da época da escravidão e o mais completo da América Latina. O museu guarda peças e utensílios usados pelos Senhores de Escravos ao longo de 358 anos de escravidão vividos no Brasil.
O Conjunto Arqueológico e Paisagístico das Ruínas das Casas Velhas e Calçada de Pedras, localizado na Serra dos Mascates, também em Belo Vale, possui uma área de 23,32 ha tombadas.
Esse conjunto possui um Forte construído, todo em pedra, datado de 1790, que era utilizado para prender presos políticos na época do império. Um pouco a frente está localizada a calçada, também de pedra, que servia de ligação da fazenda Boa Esperança até Ouro Preto, único caminho de ligação de Belo Vale a capital da Província.
O patrimônio de Belo Vale também se estende ao imaterial, com registros do congado e folias de reis. Desde os primórdios do povoamento de Minas Gerais, as Festas do Rosário acontecem e são mantidas tradicionalmente por grupos de congadas, que se compõe de cortejos, desfiles de reis e rainhas ao som das vozes de componentes das Guardas de congado e batuque das caixas de tambores.
Em Belo Vale, as Congadas são representadas pelas práticas culturais de duas guardas de Moçambique, ambas instituídas no século XX: a Associação do Congado Nossa Senhora do Rosário de Vargem de Santana e a Associação de Guarda de Moçambique Nossa senhora do Rosário de Belo Vale.
A “Cidade Imperial”, no caminho Novo, tem sua fundação e história intimamente ligadas ao imperador D. Pedro I, que se encantou com a exuberância da natureza e amenidade do clima, durante sua primeira viagem pela serra.
O conjunto de condições políticas, sociais e culturais da época, propiciaram a produção de uma rica e variada arquitetura, marcadamente do período republicano.
Andar por Petrópolis, é a cada esquina vivenciar a história, em monumentos, construções e nomes de ruas e praças. Destaque para o conjunto urbano-paisagístico da Avenida Köeler, tombado pelo IPHAN em 1964. Uma das principais avenidas do plano urbanístico de Petrópolis, é o patrimônio que se conserva mais integro em seus aspectos paisagísticos e urbanísticos. O acervo arquitetônico da avenida compõe-se de exemplares como a Casa da Princesa Isabel, o Palácio Rio Negro e a Catedral São Pedro de Alcantara, também conhecida como Catedral Imperial, com construção em estilo neogótico francês.
O acervo do patrimônio edificado de Petrópolis, integrado à magnífica paisagem natural da Serra do Mar, se apresenta como manifestação significativa, devido à rara e sensível interação do patrimônio ambiental e urbano.
Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!