A recente ação do Ministério Público Federal (MPF) ao cobrar do Banco do Brasil uma reparação histórica por seu apoio à escravidão no Brasil levanta questões importantes sobre os limites da justiça. Embora seja indiscutível que o período escravocrata foi um dos capítulos mais sombrios de nossa história, a tentativa de responsabilizar instituições atuais por atos cometidos há séculos cria uma distorção do conceito de reparação e justiça.
Ao demandar que o Banco do Brasil compense danos de um sistema extinto há mais de um século, o MPF parece ignorar as consequências práticas e as prioridades do presente. Instituições que existem há tanto tempo têm vínculos inevitáveis com momentos históricos condenáveis, mas o foco em punições retroativas cria uma cortina de fumaça, desviando a atenção de problemas sociais contemporâneos que afetam milhões de brasileiros, como a pobreza, a desigualdade e o desemprego.
A questão central não é a reparação simbólica, mas a efetividade de medidas voltadas para corrigir as injustiças que ainda persistem. Ao invés de reviver culpas históricas, o MPF deveria focar em ações que ajudem a sanar as injustiças estruturais que afetam o país atualmente. O desafio não é olhar para o passado em busca de culpados, mas encontrar soluções para os problemas do presente, construindo um futuro mais justo para todos.
O Brasil não pode se dar ao luxo de lutar batalhas históricas enquanto tantas questões urgentes permanecem sem resposta.