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Imagem: Portal PBH

Será que o Carlos Prates volta a ser aeroporto?


Paulo Leite

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Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks.


Para responder à pergunta, título dessa coluna, tive que apurar, conversar e contar mais um capítulo dessa arrastada novela. Como ponto de partida temos que levar em consideração que a origem da doação do terreno tem uma condicionante. O médico Alberto Cavalcanti a fez com a obrigação de lá se construir um aeroporto e manter essa finalidade como condição principal para tal doação. Embora a Prefeitura de BH negue tal condição, a família do médico garante que recorrerá na justiça para fazer a vontade de seu patriarca. Isso colocado toda e qualquer decisão contrária a manutenção de um aeroporto no terreno enfrentará uma judicialização. Essa afirmação é liquida e certa.

O prefeito Fuad Noman sonha com a possibilidade da construção de 4.500 moradias populares, um centro comercial e um parque naquele terreno. O que lhe embala o sonho, além dos carneirinhos, é a promessa feita pelo ex-ministro de portos e aeroportos, Márcio França, de que o governo federal doaria o terreno à PBH e com isso Fuad apresentaria seu projeto que tem dois propósitos: A colocação de seu nome em destaque como gestor da cidade e uma campanha para prefeito em 2024.

Acontece, porém, que um lobo apareceu para assustar os carneirinhos do sono de Fuad e uma mudança de ministério alimentou o lobo. O novo ministro dos portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, recebeu em seu gabinete o vereador Fernando Luiz. O bispo Luiz, como é conhecido, é ligado à Igreja Universal, o ministro é do Republicanos, partido ligado à Universal e durante a conversa foi informado pelo vereador a respeito do objeto da doação feita pelo médico.

Na conversa em Brasília o ministro disse que desconhecia esse detalhe e comprometeu-se a avaliar a decisão da doação. Aqui em Belo Horizonte a notícia causou repercussão. O vereador Braulio Lara, do Novo, presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Câmara, divulgou a informação em suas redes sociais e ao que tudo indica colocou água no chopp do prefeito.

Está confuso caro leitor?

Fique não, não vale a pena do escriba.

Fiz contato com o Ministério em Brasília que me assegurou que a vinda do Ministro Costa e do presidente Lula à BH está prevista em agenda, mas sem data confirmada e que está na pauta a assinatura da transferência do terreno do aeroporto para a Prefeitura de BH e mais, que a decisão dos técnicos do ministério é para que essa transferência aconteça o mais rapidamente possível, deixando para Fuad a tarefa de resolver com a família Cavalcanti a posse do terreno.

Que imbróglio? Novelinha difícil de escrever essa.

Para além de tudo isso ainda existe a possibilidade do governo de Minas Gerais, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Infraestrutura, liderar um grupo que discutiria a revitalização do Carlos Prates como aeroporto. Participaria desse grupo a Associação Voa Prates que traria uma proposta para viabilizar a manutenção do aeródromo. Ainda pelo que apurei o projeto da Voa Prates teria que ser muito mais consistente do que o foi apresentado pela Associação em conjunto com a FIEMG. Técnicos que analisaram o projeto anterior o classificaram como amador.

Entre carneiros e lobos; aviões e pilotos a resposta à pergunta é inconclusiva.

Será que o Carlos Prates volta a ser aeroporto?

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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