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Imagem: Andrea Piacquadio/Pexels

Você se comunica bem?

Saiba como ter uma comunicação mais assertiva e não violenta, o que é fundamental para construir relacionamentos mais saudáveis, harmoniosos e duradouros, trazendo maior felicidade à sua vida


Ana Luiza Prates

Entretenimento

Psiquiatra, especialista em Dependência química, Psicoterapia cognitivo comportamental , Neurociências, Mindfulness e Psicologia Positiva. Professora e Idealizadora do Curso de Saúde emocional da mulher. Colunista do Rádio Cast.


Em diversos estudos, um dos maiores preditores de qualidade de vida, longevidade e felicidade é a qualidade dos relacionamentos que cultivamos. Relacionamentos saudáveis e harmoniosos devem ser pautados em uma comunicação aberta, clara e não violenta.

Como você tem se comunicado com seus parceiros, filhos, amigos e colegas de trabalho?

A comunicação não violenta deve ser utilizada sempre para aprimorar habilidades e resolver conflitos, melhorar relacionamentos pessoais e profissionais. Ela favorece, assim, a compreensão mútua, a cooperação, a conexão emocional consigo mesmo e com os outros. Através de uma comunicação mais clara e empática, evitamos mal entendidos e criamos laços mais harmônicos e profundos.

Como então desenvolver e praticar essa comunicação mais assertiva e compassiva?

·        Entregue-se de coração ao diálogo. Esse pressuposto é alcançado através de um envolvimento verdadeiro, tanto emocional quanto intelectual com quem estamos dialogando. Ao nos conectarmos com nossos sentimentos e necessidades, poderemos estar dispostos a compreender e respeitar os sentimentos e necessidades dos outros, evitando julgamentos e críticas e promovendo um entendimento mútuo e empático. Note que empatia é diferente de simples conselhos ou de simpatia. Trata-se de estar verdadeiramente presente para oferecer escuta, apoio e compaixão pela experiência do outro conforme ele está sentindo.

·        Evite alguns comportamentos que bloqueiam a compaixão e dificultam as conexões emocionais autênticas e saudáveis com os outros. Dessa forma, devem ser evitados os julgamentos moralistas e rotulações negativas, as comparações com os outros ou dos outros entre si, as exigências e a necessidade de controle, bem como a negação de responsabilidade. Essa última ocorre quando culpamos os outros e negamos nossa própria responsabilidade por algo.

·        Observe de forma empática e sem avaliações e julgamentos. As avaliações tendem a ser baseadas em nossas próprias crenças, expectativas ou preconceitos, o que pode acabar acarretando mal-entendidos e conflitos. Além disso, ao prestarmos maior atenção à nossa linguagem e pensamentos, podemos nos tornar mais conscientes de nossas emoções e necessidades, focando no presente e descrevendo os fatos concretos e evitando generalizações e julgamentos.

·        Identifique e expresse seus sentimentos. Ao identificar e expressar de maneira clara e honesta nossos próprios sentimentos e necessidades, nós promovemos uma conexão mais profunda e significativa com os outros, assumindo o que é nosso e evitando culpar os outros pelas nossas emoções. Além disso, ao percebermos as diferenças entre causas e estímulos, entendemos que as causas de nossas emoções e comportamentos são nossas próprias necessidades e expectativas, ao passo que os estímulos são apenas eventos externos ou ações de outras pessoas que desencadeiam nossas emoções.

·        Expresse suas necessidades de forma clara e assertiva. Ao comunicar nossos desejos e expectativas sem impor ou exigir, podemos enriquecer nossos relacionamentos e a qualidade de nossa vida. Sendo específicos, focando no presente e evitando a linguagem coercitiva e manipulativa, estaremos mais próximos de uma comunicação assertiva e não violenta. Devemos, ainda, estar abertos à possibilidade do “não” e esquecer a ideia pura e simples de rejeição. No fim o que importa é aprendermos a negociar e a buscar soluções que atendam a todos.

·        Receba com empatia. Aprender a ouvir e a compreender as necessidades dos outros sem julgamento ou interpretações, oferecendo apoio emocional e compreensão, é imprescindível para a construção de um relacionamento baseado em confiança e respeito mútuo. Devemos promover esse tipo de diálogo com atenção total ao outro, evitando interrupções e dando espaço para a sua expressão genuína.

·        Seja compassivo com os outros e consigo mesmo. Ao reconhecermos e aceitarmos nossos próprios sentimentos e necessidades, sem culpa, julgamento e autocrítica, deixamos de ser tão duros com a gente mesmo. A autoempatia promove o perdão pelos nossos próprios erros e faz com que possamos estar mais disponíveis empaticamente para os outros.

·        Elogie antes de criticar. Ao reconhecer primeiramente as qualidades dos outros, promovemos um espaço para o recebimento de uma crítica. Ao invés disso, se criticamos inicialmente para depois elogiar, o outro estará indisponível para receber o elogio e o afastamento emocional será o resultado que não gostaríamos de alcançar.

·        Entenda que somos diferentes e promova o respeito pelas diferenças. Todos temos interpretações particulares e únicas do mundo em que vivemos e dos fatos que nos ocorrem. Entender esse fato nos retira da posição de “donos da verdade” e promove o crescimento individual a partir do momento em que vislumbramos diferentes perspectivas de analisar a realidade, bem como o crescimento coletivo e solidificação das relações.

 

Em suma, a comunicação assertiva e não violenta é mais efetiva e empática e promove relacionamentos saudáveis, duradouros e respeitosos, levando, enfim, a uma melhor qualidade de vida em todos os aspectos.


Vamos nos cuidar e nos comunicar de forma saudável!

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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