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Imagem: Reprodução

Agita-se o tabuleiro do xadrez no Governo de Minas

Troca na Secretaria de Estado de Governo movimentou os bastidores do poder esta semana


Paulo Leite

Notícias

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks.


A terça-feira que se mostrava agitada pelos movimentos na Assembleia Legislativa com projetos de lei encaminhados para análise pelo governo de Minas teve seu foco de movimento desviado para a Cidade Administrativa. Embora já percebida nos círculos próximos ao governo e principalmente no interno do partido Novo o desligamento do secretário de governo, Igor Eto, surpreendeu não pelo fato, mas pelo tempo.

Igor, que assumiu a secretaria em um momento delicado das relações do governo com a Assembleia, principalmente com seu ex-presidente Agostinho Patrus, sobreviveu a turbulências onde muitos apostavam em sua queda. Jovem, Igor se mostrou inteligente na construção das relações. Seu sofrimento inicial pela inexperiência rapidamente transformou-se em habilidade. Enfim para o exercício de função meramente política ele aprimorou seu jeito de fazer política. Essa habilidade pode ter sido o fio condutor de seu desligamento.

Como em toda construção de relações, na política isso é mais acentuado. As concessões e a disposição para ouvir e suportar o ir e vir dos pedidos e das necessidades ora coletivas, ora individuais, tornam-se obrigação e nem sempre atendem ao tempo dos desejos de alguma das partes. 

Nesse processo de relações construídas pelo método de ouvir, ir e vir, Igor foi aumentando o número de críticos dentro dos setores do governo, especialmente entre os caciques do Novo, que querem agilidade nos processos de privatização de empresas, a cereja do bolo desse segundo mandato de Zema. Resultado: o desligamento do secretário que era peça importante na construção da aprovação dos projetos enviados pelo executivo à Assembleia foi anunciado.

Enquanto escrevia essa coluna os nomes de sucessão foram aparecendo. A base política de apoio ao governo Zema apostava suas fichas no nome do atual secretário da Casa Civil, Marcelo Aro e o partido novo com o apoio do vice-governador Mateus Simões queria o ex-deputado federal, Lucas Gonzalez. Resultado da escolha: Nem um e nem outro. O nome do deputado estadual Gustavo Valadares (PMN) surge como uma tentativa de acalmar ânimos dentro do governo e na casa do legislativo. 

Gustavo, na base de apoio de Zema desde o primeiro mandato e hoje líder do governo na casa, é conhecido por ser discreto e determinado, mas representa para a oposição, até então, o outro lado. Resta saber se ele conseguirá desvestir a roupa de deputado da base de governo par usar o “uniforme” de secretário na construção de uma relação imperativamente necessária aos projetos do governo de Minas. 

Uma coisa é certa. Valadares terá muito trabalho pela frente.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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