O imbróglio da CPI dos Ônibus Sem Qualidade continua a todo vapor na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte. Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito realizaram, nesta sexta-feira (24), uma oitiva para ouvir Ester das Graças Ferreira Gomes, diretora do Consórcio BHLeste.

De acordo com Loíde Gonçalves, vereadora (Podemos) e relatora da CPI, a confirmação de que a BHLeste recebeu verba do subsídio aconteceu durante a oitiva desta quinta. “A gente não tinha confirmação oficial de que essa empresa recebia subsídio, mesmo sem anuência, porque, segundo o Consórcio Operacional Transfácil, os valores referentes a essa linha eram pagos a Viação Torres, e não BHLeste”, explicou Loíde. 

“Agora nós precisamos confrontar essa informação, porque, afinal de contas, é um dado muito preocupante. Uma empresa que recebeu subsídio, sem mesmo ter anuência do poder público. Então nós temos que estudar formas de cobrar esse dinheiro de volta”, ressaltou a relatora. 

Outra preocupação, segundo Loíde, é ter uma empresa criada há um ano, sem nenhuma experiência, operar em Belo Horizonte. “Isso é uma violação clara das regras do edital, e a BHLeste deve ser substituída imediatamente. E se o consórcio não estiver dando conta, então a gente precisa de uma nova licitação específica”, acrescentou.

Por fim, a vereadora enfatizou que a CPI deve notificar o Ministério Público, do Trabalho e o INSS para verificar se por trás da empresa existe algum tipo de fraude contra os credores. 

*A reportagem também solicitou uma posição da SetraBH - Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno.