O CEO do Atlético e da Arena MRV, Bruno Muzzi, criticou a falta de incentivos por parte da Prefeitura de Belo Horizonte na construção do estádio do Galo.
Muzzi é ouvido nesta quinta-feira (15) pela CPI do Abuso de Poder, comissão da Câmara Municipal que apura intervenções políticas no Atlético durante a gestão do então prefeito Alexandre Kalil.
"Em qualquer lugar no mundo, você tem incentivos do poder público para trazer uma obra dessa magnitude. Isso a gente não teve. Nenhum", afirmou o executivo, em fala aos vereadores.
Durante o depoimento, Bruno Muzzi criticou ainda o volume de contrapartidas pedidas pelo Executivo Municipal para aprovação do estádio, situado no Bairro Califórnia, na Região Nordeste de BH.
“Hoje a obra vai chegar na casa de R$ 750 milhões, temos comprometidos R$ 170 milhões em contrapartida, mais o que está colocado na licença, na casa de R$ 135 milhões. Quase 50% do valor da obra em contrapartidas”, afirmou Muzzi.
O requerimento que intima a participação de Muzzi é assinado pela relatora da CPI, Fernanda Altoé (Novo). No pedido, a vereadora cita “uma clara suspeita de que as contrapartidas exigidas pela construção do estádio foram impostas exclusivamente para prejudicar o andamento das obras do novo complexo esportivo mineiro, por motivos alheios ao interesse da cidade”.
Depoimento de Muzzi é parte de uma série de questionamentos feitos pela CPI, que investiga supostos privilégios por parte do empresário Alexandre Kalil durante sua gestão à frente da Prefeitura de BH. Em fevereiro deste ano, integrantes da comissão fizeram uma visita técnica à Arena MRV, com o intuito de buscar informações sobre o processo de licenciamento do empreendimento, bem como as contrapartidas exigidas.
No dia 1º de junho, a CPI ouviu ainda o arquiteto Bernardo Farkasvölgi, responsável pelo projeto da Arena. Durante seu depoimento, Farkasvölgi citou Muzzi nominalmente, quando questionado sobre as contrapartidas exigidas pela PBH.
(*Estagiário sob supervisão de Lucas Rage)