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Imagem: Twitter / @lulaoficial

Em agenda em Cabo Verde, Lula "agradece à África por 350 anos de escravidão"

Fala infeliz aconteceu na cidade de Praia, no continente Africano, e marca trecho final da viagem internacional do presidente


Por Estadão Conteúdo

Na cidade de Praia, capital de Cabo Verde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem ter gratidão à África "por tudo o que foi produzido pelos 350 anos de escravidão" no Brasil. Ao lado do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, no país africano, o petista se comprometeu a recuperar a relação com o continente.

"Nós, brasileiros, somos formados pelo povo africano, a nossa cultura, nossa cor, nosso tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus", disse Lula. "Nós temos uma profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão no nosso país."

Não é a primeira vez que Lula usa combinações infelizes de palavras para se referir ao continente africano. Em novembro de 2003, em uma visita à Namíbia, país no sudoeste africano, ele se disse surpreso com a e beleza e a limpeza da capital, Windhoek

"Estou surpreso porque quem chega a Windhoek não parecer estar num país africano. Poucas cidades do mundo são limpas e bonitas", declarou, na ocasião. A fala foi apontada como uma das maiores gafes de seu primeiro ano de governo.

À época, a repercussão no movimento negro e entre políticos opositores foi grande. O presidente disse ter sido mal interpretado. "Nem tudo o que nós falamos é entendido do jeito que nós gostaríamos que fosse", afirmou.

O presidente costuma dizer que o Brasil tem uma dívida histórica com países africanos por causa da escravidão. Lula disse que a "forma de pagamento" possível é investimento em tecnologia, formação e ajuda na industrialização e no setor agrícola da África.

Embaixadas

Em discurso, o brasileiro também falou sobre a pretensão de abrir embaixadas do Brasil em países africanos que ainda não têm "O Brasil tem potencial de ajudar o continente africano em muitas atividades", acrescentou.

Lula mencionou ainda que o País ficou afastado do mundo nos últimos anos. De acordo com ele, a democracia no Brasil voltou e as pessoas que tentaram "dar o golpe no dia 8 de janeiro" serão punidas.

José Maria Neves elogiou a liderança do brasileiro. "Lula tem trazido essa grandeza ao Brasil e tem se colocado no mundo à altura dos desafios que o mundo enfrenta", afirmou. Na avaliação dele, o mundo precisa de "lideranças visionárias, transformadoras e catalisadoras". "O Brasil regressa ao mundo pelas mãos de Lula", disse o presidente de Cabo Verde, falando sobre a expectativa de fazer uma visita ao País.

Retorno

A passagem por Cabo Verde foi uma parada no trajeto de retorno de Lula e de sua comitiva de Bruxelas, na Bélgica, após participação na 3.ª Reunião de Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia (UE). O encontro, que começou na segunda-feira passada, incluiu uma série de encontros empresariais e reuniu 60 líderes de nações dos blocos.

Após a agenda com José Maria Neves, em Praia, o presidente brasileiro seguiu viagem de volta a Brasília.

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