O imbróglio envolvendo a transferência da área do antigo Aeroporto Carlos Prates da União à Prefeitura de Belo Horizonte continua a todo vapor. Nesta quinta-feira (20) o Prefeito de BH, Fuad Noman, se reúne com Miriam Belchior, Secretária-Executiva da Casa Civil, e com Lucio Geraldo de Andrade, Secretário da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, na tentativa de apressar o processo de entrega da área à PBH.
Nesta semana, a Prefeitura iniciou uma série de reuniões para apresentar a proposta de intervenção no local onde funcionava o Carlos Prates. A proposta da PBH prevê a construção de 4,5 mil moradias divididas em imóveis de baixa e média renda, além de uma porcentagem destinada a para a livre comercialização. Praças, parques, equipamentos de cultura e lazer, unidades de saúde e educação são outros itens que devem entrar no projeto.
No entanto, a ideia da Prefeitura não agradou a todos. Logo após a apresentação técnica, vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) protocolaram um manifesto público em apoio à manutenção do espaço. O documento consiste em externar a preocupação em relação ao fechamento do aeroporto e enfatizar a importância do funcionamento do Carlos Prates para os belorizontinos, para Minas Gerais e para o Brasil.
Além disso, associações que defendem a permanência do espaço como aeroporto e moradores contrários à proposta da PBH têm se manifestado. Nesta quinta-feira (20), cerca de 10 mil moradores de bairros do entorno do Carlos Prates fizeram um abaixo-assinado solicitando a reabertura do aeroporto. Vale lembrar que anteriormente, durante o funcionamento do espaço, parte da população reivindicava o fechamento da área por conta de acidentes.
A respeito do imbróglio, a Rede 98 questionou Fuad Noman nesta quarta-feira (19), que foi categórico. ‘’A medida que o Governo Federal fechou, eu quero o terreno. Belo Horizonte tem uma demanda muito grande para moradia popular, a região tem diversas demandas para equipamentos públicos e se me entregarem, vou fazer esse projeto’’, explicou.
A Rede 98 também entrou em contato com o Ministério de Portos e Aeroportos. Segundo esclarecimento, desde a suspensão das atividades do Aeroporto Carlos Prates, a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU) é a gestora do imóvel até que seja expedido o termo de posse à Prefeitura de Belo Horizonte. “O que está vigente é um convênio de delegação, que pode durar até seis meses ou o dia anterior no qual se efetive a transferência formal do patrimônio da União, o que ocorrer primeiro”, diz.
