O advogado de Lula na Operação Lava-Jato, Cristiano Zanin, será o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal.
Zanin é indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao cargo, e foi chancelado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal após mais de sete horas de sabatina na Casa. Na CCJ, Zanin recebeu 21 votos favoráveis e 5 contrários. Não houve abstenção.
Já no Plenário da Casa, Zanin recebeu 58 votos a favor e 18 contrários. Nome precisava de 41 votos favoráveis para passar.
Com a aprovação, Zanin passará a ocupar a vaga deixada pelo ministro Enrique Ricardo Lewandowski, que se aposentou no dia 11 de abril.
Sabatina na CCJ
Entre os temas abordados pelos senadores da CCJ, está a imparcialidade de Zanin caso acesse a Côrte Máxima do país. Questionado pelo relator da Comissão, Veneziano Vital do Rêgo, Zanin deixou claro que não cabe ao Judiciário legislar. "esse papel é, efetivamente, do Congresso Nacional”. O indicado ao STF acrescentou que, caso seu nome seja aprovado pelo Senado para ocupar a vaga, tomará todas as providências e moldará sua convicção ao julgar "sempre levando em conta os limites previstos na Constituição da República”, afirmou.
Sobre os casos que envolvem Lula no Supremo, Zanin deixou claro que não julgará ações em que atuou como advogado do petista. Cristiano Zanin ainda rebateu críticas de que seria um “advogado pessoal” ou um “advogado de luxo”. “Procurei desempenhar minha função com maestria, acreditando no que é mais caro para qualquer profissional do Direito: a justiça”, afirmou. Em suas considerações iniciais, o advogado se declarou ainda “um defensor fervoroso da Constituição”.
Quem é Cristiano Zanin?
Nascido em Piracicaba, São Paulo, Cristiano Zanin Martins, tem 47 anos e é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1999. É especialista em litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais.
Foi advogado do presidente Lula nos processos da Operação Lava-Jato. Sua atuação resultou na anulação das condenações de Lula pelo STF.
A partir de um processo encabeçado por Zanin, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas reconheceu que a prisão de Lula, em 2018, violou o devido processo legal e que, por isso, a proibição de participar da eleição daquele ano violou os direitos políticos do atual presidente.
(Com agências)
