A Justiça Eleitoral acatou a solicitação da campanha de Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição à Prefeitura de Belo Horizonte, e determinou a retirada de propagandas de Bruno Engler (PL) na TV aberta. Nas propagandas, o candidato do PL critica o atual prefeito da capital e menciona o livro de Fuad, afirmando que o candidato descreveu um episódio de estupro nele.
Ne decisão, o juiz Adriano Zocche afirma que a frase foi tirada de contexto pela Campanha de Bruno Engler e que, na verdade, o trecho busca evidenciar tragédias e abusos, e não fazer apologia ou incentivo a tais atos.
"O trecho destacado, quando analisado em seu contexto literário, é parte de uma narrativa fictícia que relata a história de uma personagem de forma a evidenciar tragédias e abusos sofridos por ela, sem qualquer apologia ou incentivo a tais atos. Ocorre que a propaganda dá a entender claramente que a descrição de uma cena em livro, a qual retrata fato sabidamente ilícito, criminoso e imoral, implicaria automaticamente em endosso à prática. Isso é descontextualização”, diz um trecho da decisão.
A nova condenação representa a 32ª derrota judicial do candidato do PL, Bruno Engler, que lhe foi imposta pela Justiça Eleitoral apenas nesta campanha. No domingo (20/10) a Justiça já o tinha condenado a retirar do ar outra propaganda em que criticava o candidato da oposição.
Procurado pela reportagem da Rádio 98, a assessoria de Bruno Engler afirmou que "a suspensão foi determinada de forma liminar, enquanto o processo continua em trâmite, ainda não há decisão definitiva. Todas as informações divulgadas sobre o livro são verdadeiras, e é isso que iremos reforçar, na nossa defesa."