O governador Romeu Zema (Novo) criticou, por meio das redes sociais, a decisão da Justiça que negou o pedido de reintegração de posse de uma fazenda em Lagoa Santa, na Grande BH. A propriedade foi invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na última sexta-feira.
Em um vídeo postado no Instagram, Zema afirmou a Justiça leva mais em consideração a opinião dos invasores. “Realmente não está fácil. Quero pedir a todo produtor rural filme aquilo que você faz você arando a terra, tirando o leite na sua propriedade, poste nas redes sociais. Porque aqui além de trabalhar você tem que provar que estamos produzindo. Caso contrário a opinião do invasor de terra vale mais”, afirmou.
Zema também ressaltou que em Minas Gerais “quem quer trabalhar, tem lugar para trabalhar”. Disse, ainda, que orientou a Polícia Militar a seguir a decisão da Justiça e que é para “impedir qualquer invasão”. “Caso ela ocorra, vamos seguir apoiando os proprietários. Estamos aqui para apoiar quem produz e quem trabalha”, finalizou.
A fazenda foi invadida na madrugada da última sexta-feira. O MST alega que a propriedade, de 250 hectares, é improdutiva e que está abandonada há 7 anos. O MST pede a desapropriação do imóvel rural para a reforma agrária. Segundo o movimento, a ação envolveu 500 famílias e foi liderada pelas mulheres do movimento, em referência ao Dia Internacional da Mulher.
Conselheiro que explicações
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), Durval Ângelo, enviou um áudio para os integrantes do MST dizendo que vai pedir explicações ao governo de Minas e à Polícia Militar (PM) sobre os gastos em uma operação na propriedade.
“Partido do princípio que não foi dada pela Justiça a reintegração de posse, não justifica esses gastos enormes da PM com essa operação. Que tivesse um policiamento mínimo, tudo bem. Vou entrar pedindo que seja notificado o governador e o comandante da PM”, afirmou.
A Defensoria Pública de Minas Gerais encaminhou um ofício para a Polícia Militar para pedir o cancelamento de uma operação militar no local. O órgão também pediu que a corporação explicasse a presença dos militares, já que o processo relacionado à reintegração de posse está na Justiça.