Na viagem que fez para a Etiópia, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparou os ataques de Israel aos palestinos ao Holocausto sofrido pelo povo judeu durante a Segunda Guerra. As falas de Lula geraram grande repercussão internacional, sendo que o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o petista “ultrapassou a linha vermelha”.

O fato em questão gera várias consequências na relação entre Brasil e Israel. Inclusive, nesta segunda-feira (19), o embaixador Frederico Meyer, chefe da embaixada brasileira em Tel Aviv, foi convocado por Lula para voltar ao Brasil.

Para falar sobre esses assuntos, recebemos o convidado Adriano Gianturco no 98 Talks desta segunda. Ele é jornalista, coordenador de Relações Internacionais e professor de Ciências Políticas.

Gianturco foi perguntado sobre as possíveis consequências que a fala de Lula pode gerar para o Brasil no cenário internacional. O professor ressaltou que a postura do presidente é um ponto bastante negativo para o país.

“A fala custa bastante. Os custos nesse caso são mais diluídos e mais intangíveis. Obviamente, o Brasil está se afastando do Ocidente, do chamado “Mundo Livre”, com essa e outras frases de Lula. Quem fala muito dá bom dia para o cavalo, porém essas deslizadas são sempre para um sentido. Há uma tendência ideológica desse governo, com base em alguns casos”, disse Gianturco.

O professor também respondeu se houve um “estelionato eleitoral” por parte de Lula, já que durante a sua campanha em 2022 a base era a democracia. “Há quem diga que só existe um dia no ano comparável ao 1º de abril, que é exatamente o dia das eleições, onde muitas mentiras são faladas em qualquer país e em qualquer momento histórico. Porém, é claro que existem diferentes graus. Essa narrativa de governo democrático e de atacar o outro lado é algo estratégico. É algo funcional e utilizado por quem não é democrático”.

A entrevista na íntegra pode ser assistida no Canal 98 Live, no YouTube.