A Polícia Federal (PF) faz uma operação, na manhã desta terça-feira, contra empresários e militares que integraram o Gabinete da Intervenção Federal do Rio de Janeiro, em 2018. Eles são suspeitos de fraudes no programa.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na Operação Perfídia. A ação acontece no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal. Ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), general Braga Netto, teve sigilo telefônico quebrado.
Segundo a PF, as irregularidades são na contratação de uma empresa norte-americana pelo Governo Brasileiro para aquisição de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço. Estão sendo investigados os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.
A investigação teve início após a Agência de Investigações de Segurança Interna dos Estados Unidos denunciar as irregularidades. As autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, na qual a referida empresa ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
Após a comunicação de crime pelas autoridades americanas, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou um sobrepreço de R$ 4.640.159,40 na compra dos coletes balísticos. Foi celebrado contrato com o Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, após a dispensa de licitação, em dezembro de 2018, no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato em 23 de janeiro de 2019.
Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado em 24 de setembro do mesmo ano.