O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta sexta-feira (30), o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral que o tornou inelegível pelos próximos 8 anos.
Bolsonaro, que cumpre agenda em Belo Horizonte, chamou de “julgamento político” a decisão da Côrte, que por 5 votos a 2 o tornou inelegível até 2030. O ex-presidente conversou com jornalistas na churrascaria Adega Steakhouse, na Região Centro-Sul da capital, minutos após o voto da ministra Cármen Lúcia, que selou sua inelegibilidade.
“Viemos aqui em um momento bastante difícil. Com a despedida do Sr Alysson Paolinellli. E tem sido um momento emblemático para mim, como foi o meia duzia de setembro de 2018, em que eu levei uma facada pela frente, hoje eu levei uma punhalada pelas costas. Quem levou não foi Jair Bolsonaro, foi a democracia brasileira”, desabafou.
Apesar de caber recurso no Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente afirmou que os próximos passos serão discutidos por sua equipe jurídica. “Meu próximo passo é sair para o aeroporto”, afirmou ele ao ser questionado por jornalistas, em tom de brincadeira. Perguntado sobre um nome para sucessão, caso a inelegibilidade se mantenha, Bolsonaro voltou a se valer da ironia “Johnny Bravo”, em uma alusão às iniciais JB, de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente afirmou, ainda, que a decisão proferida pelos magistrados do TSE é “um grave ataque à democracia”.
“Ninguém pode ser o dono da verdade no Brasil. Nem que seja o Supremo Tribunal Federal. Não pode ter um poder maior que o outro. O que estamos assistindo é um Poder Judiciário, através de uma pessoa, tomando decisões da sua cabeça. É isso que queremos sobre o Brasil?”, afirmou Bolsonaro, em alusão ao ministro-chefe do TSE, Alexandre de Moraes.