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Imagem: Rede 98

"Temos que nos despir das nossas vaidades", diz Tadeu Martins sobre tramitação do RRF

Presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais comenta sobre os próximos passos do Regime de Recuperação Fiscal de Minas Gerais


Por Erick Funes

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Martins (MDB), o Tadeuzinho, participou do 98 Talks desta quinta-feira, 7.

Ao lado de Paulo Leite e Ricardo Kertzman, Tadeuzinho abordou o assunto mais debatido nos últimos dias no estado: o Regime de Recuperação Fiscal de Minas Gerais.

"Hoje, Minas Gerais tem uma dívida com a União que se iniciou em 1998 e hoje está em R$ 160 bilhões. Em 1998 ela era de R$ 14 bilhões, o estado de Minas Gerais já pagou R$ 97 bilhões e, ainda hoje, nós devemos R$ 160 bilhões. Isso aconteceu porque, há cinco anos, no final do governo Pimentel, que até então vinha pagando as parcelas dessa dívida, conseguiu uma liminar no STF que suspendeu o pagamento dessas parcelas. O governador Romeu Zema conseguiu manter o acordo de suspensão dos pagamentos das parcelas. Esse processo de não pagamento das parcelas tem um prazo e este prazo é agora no dia 20 de dezembro de 2023. Na teoria, nesta data teríamos que voltar a pagar essas parcelas, que hoje está em torno de R$ 18 bilhões por ano", explicou.

Tadeuzinho comentou que o processo de recuperação fiscal estava arquivado em Brasília, assim, ele solicitou junto ao governo federal, o plano que já havia sido apresentado em maio pelo governo de Minas para apreciação. "No dia 17 de outubro eu fui até Brasília e disse que precisa conhecer o plano e, no dia seguinte, o governo disponibilizou. Só assim conseguimos dar início a tramitação para votação do projeto aqui em Minas Gerais", completou.

Ao ser questionado sobre quem seria o principal responsável pela dívida do estado, Tadeuzinho foi claro em dizer que o problema é o indexador. "Uma dívida que você já pagou R$ 97 bilhões, e que começou com R$ 14 bilhões tem algo errado. Na minha opinião a solução é a alteração do indexador. Se conseguirmos alterar o indexador no Congresso Nacional, que hoje é o IPCA +4, isso já seria um grande avanço para Minas Gerais. O indexador foi alterado em 2014 em diante. Só de 1998 até 2013, com esse primeiro indexador, se, por ventura, conseguíssemos retroagir o IPCA+4 para o de 1998, o impacto da dívida de Minas seria de R$ 80 bilhões", explicou o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

O indexador é taxa de referência usada para acompanhar o desempenho da economia.

Ao final da conversa, Tadeuzinho comenta sobre a importância do entendimento e da discussão do assunto para chegarem a uma conclusão que seja sadia para o estado. "Temos que nos despir das nossas vaidades políticas e nos centrar no principal tema do estado que é a dívida de MG. É inadmissível saber que a dívida era de R$ 14 bi, já pagamos R$ 97 bi e ainda devemos mais R$ 160 bi. Então o problema é conseguir, no Congresso, que altere o indexador para algo mais razoável para o pagamento do estado. Mas, o mais importante, os dois lados, governo federal e governo do estado, chegaram em um consenso e pediram mais prazo para construir uma nova proposta. Então o diálogo está acontecendo", concluiu.

Assista a entrevista completa no vídeo abaixo:

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