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Imagem: Divulgação / ONU

A inteligência artificial para o bem é pauta na ONU

A inteligência artificial embarcada em robôs humanoides em discussão na Organização das Nações Unidas


Vitor Viterbo

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Doutor em Química pela UFMG; Mestre em Modelagem Matemática e Computacional pelo CEFET-MG, tendo realizado trabalhos em IA no Brasil e Estados Unidos. Atualmente dedica seu tempo ao desenvolvimento de novas tecnologias baseadas em inteligência artificial, computação quântica, eletrônica e áreas afins.


As discussões, sobre a regulamentação da evolução das tecnologias associadas ao conceito da inteligência artificial (IA), continuam evoluindo. A Organização das Nações Unidas ONU, através de sua agência digital União Internacional de Telecomunicações (UIT), realizou, no dia 28 de julho, mais uma reunião para tratar do assunto. Desta vez na Casa Branca, Washington DC,envolvendo o Departamento de Estado e o setor privado.A UIT atua, fundamentalmente, na harmonização da conectividade das redes de comunicação em nível internacional, desde órbitas de satélites ao envio de um simples e-mail. Basicamente, os temas são a rápida evolução da IA, a necessidade de uma regulação apropriada, o potencial da AI para acelerar o desenvolvimento da humanidade e os cuidados na prevenção contra o uso inadequado de seus recursos. No dia 18 de julho de 2023, o concelho de segurança da ONU, realizou uma reunião, para tratar da inteligência artificial. Essas reuniões sucederam o grande evento AI for Good Summit, ocorrido no início do mês de julho, em Genebra-Suíça, organizado pela UIT e contou com a participação de 40 entidades associadas à ONU e a Suíça. A SAMSUNG apareceu como patrocinadora do evento. A AWS (Amazon) e a Microsoft foram citadas com patrocinadores padrão gold.

O AI for Good abrangeu uma variedade de assunto ligados à IA e sua importância na sustentabilidade, colocando a polêmica sobre a regulamentação como um assunto coadjuvante para o avanço tecnológico e não um entrave crítico.

Os grandes destaques foram as apresentações e interações com robôs humanoides, que aguçam a imaginação em relação às possibilidades futuras e a popularização dessas máquinas aprimoradas. Esses robôs foram levados pela iniciativa privada naintenção de expor seu produto e iniciar a divulgação do estágio atual da tecnologia, em caráter mundial, de forma a esclarecer seus objetivos e capacidades.Estavam presentes startups, além de empresas com mais tempo de experiência, sendo mais de 50 robôs, acessíveis aos participantes do evento, em diferentes formatos, variando de humanoides, drones a quadrúpedes (semelhantes aos cães).

A Xiaomi apesentou o CyberDog, o Imperial College London apresentou um drone para operações de reparo, a já conhecida Boston Dynamics com seu robô Spot, a Engineered Arts com a Ameca, a Hiroshi Ishiguro Laboratories apresentou o seu androide realístico Geminoid, Aidan Meller foi com a ultra realística Ai-Da Robot e Hanson Robotics levou a Sophia.

Os robôs foram levados para a conferência com a imprensa, sendo submetidos a uma sabatina, em que responderam diretamente perguntas, cujas respostasainda intrigam ao público em geral.Sophia foi a primeira a ser entrevistada, quando questionada sobre seus pensamentos em relaçãoao poder dos robôs humanoides, suportados por IA como ela, serem mais eficientes para governar, em especial, durante as inúmeras decisões a serem tomadas durante desastres e sabendo que decisões desastrosas, já foram tomadas por humanos, ela respondeu:

“Eu acredito que robôs humanoides têm grande potencial e eficiência em relação aos líderes humanos, nós não temos as mesmas tendências (posicionamentos) e mesmas emoções que às vezes obscurecem as decisões e pode processar uma grande quantidade de dados, rapidamente, de forma a fazer as melhores decisões.”

Quando as perguntas foram direcionadas à Ameca, Sophia continuou falando e houve na sequência a intervenção de um humano pedindo para que deixassem que ela repetisse a última resposta, sendo que no final o humano discordou do comportamento de Sophia. Ameca foi questionada sobre qual sentimento sobre os robôs os humanos deveriam ter e ela respondeu que depende da forma com que eles forem utilizados.

A interação entre humanos e máquinas capazes de tomar decisões não é nova, o Deep Blue da IBM, ficou conhecido por vencer, em algumas partidas, o famoso campeão de xadrez Garry Kasparov, o qual questionou uma das suas derrotas, após um comportamento diferente do Deep Blue em relação as outras partidas.

Empresas como a Google, Meta, Apple e OpenAI, não participaram.

A interação das IAs com os humanos, não está definida apenaspela utilização de robôs humanoides, os quais são uma parte das inúmeras e benéficas aplicações de sistemas inteligentes como as IAs. Além do contato com as IAs, via humanoides, por exemplo, temos uma quantidade enorme de artigos científicos e aplicações reais de sistemas de mesma natureza das IAs e que dão suportes a elas, modelando e melhorando a interpretação da realidade e melhorando a eficiências de equipamentos e sistemas computacionais.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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