O futebol nos prega peças. E talvez seja essa a grande razão por ele ser tão apaixonante. Nessa quinta-feira, antes da partida do América contra o Peñarol, no Uruguai, eu me questionava se deveria torcer ou não para o Coelho se classificar para a próxima fase da competição da Conmebol. E confesso que o meu lado racional achava que não.
Mas ao final da partida, meu lado torcedor falou mais alto e comemorei muito a heroica e histórica classificação do Alviverde para a próxima fase da competição continental. Vencer em Montevidéu o Aurinegro por 2 a 1 não é para qualquer um.
A vitória por 2x1 sobre os uruguaios, de virada, no Centenário, com gols de Danilo Avelar e o eterno capitão Juninho, veio de maneira dramática. Após um péssimo primeiro tempo, e de me fazer passar muita raiva, o América voltou diferente para o segundo tempo, pressionou muito o Peñarol, e conseguiu marcar os gols que garantiram a classificação para a próxima fase.
Mas passada a euforia, vem a preocupação. Com a classificação, o América, que já mostrou ter um elenco limitado para disputar mais de uma competição, terá uma sequência de oito ou nove partidas só em julho, o que corresponde a um jogo a cada três dias, praticamente. Durante o mês, serão cinco jogos pela Série A, duas partidas das quartas de final da Copa do Brasil contra o Corinthians (uma delas pode ter que mudar de data por causa da classificação de ambos os times na Sul-Americana), e possivelmente os dois jogos dos playoffs do torneio continental. Aliás, o América já sabe que terá como adversário, o tradicional Colo Colo, do Chile.
Com uma péssima campanha no Brasilierão, o próprio treinador Vagner Mancini já disse que a prioridade é o Nacional. Afinal de contas, o Coelho amarga a vice-lanterna e precisa se recuperar o mais rápido possível, para não viver o pesadelo de voltar para a Série B. Prova disso, é que o treinador colocou em campo no Centenário, um time considerado alternativo.
No domingo, o time pega o Atlético, no Mineirão, e precisa vencer para começar a reagir, antes que seja tarde demais. Cansado, mesmo tendo poupado parte dos titulares, o time vai precisar se superar para conseguir um bom resultado contra um dos seus maiores algozes.
Que a vitória dessa quinta sirva de motivação e traga a confiança necessária para que o América volte para os trilhos da competição nacional. E que o sonho da Sul-Americana não vire um pesadelo, e não tire o foco do América do principal objetivo do clube no ano, que é a manutenção mais uma vez na Série A.
Dá-lhe Coelhoooo!!!
