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Imagem: Corpo de Bombeiros / Divulgação

A tragédia ambiental Gaúcha e a nossa tragédia política

Mais uma vez, a polarização dos lulopetistas ataca em meio aos mortos, feridos e desaparecidos nas águas do Rio Grande do Sul; é necessário um grande pacto nacional


Augusto de Franco

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Augusto de Franco, analista político, é autor do livro Como as democracias nascem


Até quinta-feira (9) às 18h00, esses eram alguns números da tragédia gaúcha:

  • 107 mortos;

  • 134 desaparecidos;

  • 754 feridos;

  • 1.742.969 afetados;

  • 68.519 em abrigos;

  • 85,3 mil casas destruídas ou danificadas

Salvar pessoas e curá-las é a prioridade agora. Depois vem a reconstrução. Mas reconstruir tudo nas mesmas bases não vai resolver o problema. Sem mudar o padrão de ocupação do território, novas tragédias sobrevirão. E começaremos novamente a procurar culpados em vez de buscar soluções.

O diabo é que, num ambiente polarizado por dois populismos em permanente guerra eleitoreira, é inevitável a politização da tragédia gaúcha.

Os lulopetistas disputam um campeonato de quem é mais solidário, acusando os bolsonaristas de negacionistas do clima e insensíveis e chamando o governador Eduardo Leite de "Zelensky neoliberal" irresponsável. É o medo de Eduardo vir, em algum futuro não tão distante, se viabilizar como candidato à presidência da República.

Os bolsonaristas, por sua vez, esperam que a culpa recaia sobre Lula e acusam o governo federal de dificultar a ajuda humanitária dos cidadãos.

A verdade é que o país nunca esteve preparado para enfrentar uma catástrofe dessa magnitude e nenhum governo ou corrente política podem ser individualmente responsabilizados por isso.

Nossa tragédia política é que essa politização perversa tende a continuar - pelo menos até 2026 ou, quem sabe, 2030.

Mas nenhum governo a ser eleito nas próximas disputas dará conta de resolver o problema ambiental, ligado aos ciclos de aquecimento do planeta, ao aquecimento global e à modificação do regime das chuvas. Só um grande pacto nacional, reunindo todas as forças políticas, poderia ter chances de encontrar e implementar uma solução. Entretanto, isso é inviabilizado pela polarização.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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