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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A transformação digital na evolução da Saúde

Conheça as principais mudanças promovidas pela transformação digital no atendimento e cuidado com a saúde


Harlen Duque

Notícias

CEO Sucesu Nacional e líder em transformação Digital na Wblio , especialista em transformação de negócios pela Stanford University , piloto de automobilismo virtual e um apaixonado pela cultura de inovação


A tecnologia tem um papel fundamental na evolução da saúde, tanto do ponto de vista de atendimento quanto de informações. Com o avanço das ferramentas digitais, os pacientes podem ter acesso a serviços de saúde mais rápidos, eficientes e personalizados, além de poderem acompanhar os resultados dos seus exames e compartilhar as informações com os seus médicos de forma segura e prática.

                      

Aspectos positivos

Entre os aspectos positivos da tecnologia na saúde, podemos destacar:

- A telemedicina, que permite a realização de consultas, diagnósticos e prescrições à distância, reduzindo custos, tempo e deslocamentos, e ampliando o acesso à saúde para populações remotas ou vulneráveis.

- A inteligência artificial, que auxilia na análise de dados, na detecção de padrões, na prevenção de doenças, na descoberta de novos tratamentos e na melhoria da qualidade e precisão dos diagnósticos.

- A internet das coisas, que conecta dispositivos médicos, sensores, wearables e aplicativos, permitindo o monitoramento contínuo e em tempo real das condições de saúde dos pacientes, a geração de alertas e a intervenção rápida em casos de emergência.

- A biotecnologia, que envolve a manipulação de organismos vivos ou seus componentes para fins médicos, como a produção de vacinas, medicamentos, órgãos artificiais e terapias gênicas.

- A nanotecnologia, que utiliza materiais em escala nanométrica para criar novas soluções para diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças, como nanodispositivos, nanomedicamentos e nanorobôs.

 

Aspectos negativos

Apesar dos benefícios da tecnologia na saúde, também existem alguns aspectos negativos que devem ser considerados, tais como:

- A privacidade e a segurança dos dados dos pacientes, que podem ser violados por hackers, vazados ou usados indevidamente por empresas ou governos, comprometendo a confidencialidade e a ética médica.

- A dependência e a vulnerabilidade dos sistemas tecnológicos, que podem falhar, apresentar erros ou serem sabotados, causando danos à saúde ou à vida dos pacientes ou dos profissionais de saúde.

- A desumanização e a perda do contato pessoal entre médicos e pacientes, que podem ser substituídos por máquinas ou algoritmos, reduzindo a empatia, a confiança e a qualidade do relacionamento terapêutico.

- A desigualdade e a exclusão social no acesso à tecnologia da saúde, que pode aumentar as disparidades entre países ricos e pobres, regiões urbanas e rurais, grupos sociais e étnicos, gerando mais injustiça e discriminação em saúde.

 

Mas para que tudo isso funcione em uma base solida de compartilhamento de dados é de suma importância que o prontuário eletrônico integrado funcione no Brasil.

O prontuário eletrônico é um sistema informatizado que reúne as informações clínicas e sociais dos pacientes, facilitando o acesso, a integração e a continuidade do cuidado em saúde. No Brasil, o prontuário eletrônico é regulamentado pela Lei 13.787, de 2018, que estabelece os requisitos para a digitalização, o armazenamento e o manuseio dos prontuários dos pacientes.

Um dos desafios para a implantação do prontuário eletrônico no Brasil é a falta de padronização e interoperabilidade entre os diferentes sistemas utilizados pelos estabelecimentos de saúde, públicos e privados. Isso dificulta a troca de informações entre os profissionais de saúde e os pacientes, e pode comprometer a qualidade e a segurança do atendimento.

Para tentar superar esse problema, o Ministério da Saúde lançou em 2021 o sistema Conecte-SUS Profissional, um prontuário eletrônico nacional que integra os dados dos pacientes atendidos nas redes pública e privada, nos vários níveis de atenção à saúde. O sistema permite que os médicos de todo o país tenham acesso ao histórico clínico dos pacientes, incluindo internações, vacinações, medicamentos, alergias, entre outros. Os pacientes também podem acessar as suas informações por meio do aplicativo Conecte-SUS Cidadão.

Outra iniciativa do governo federal é o Prontuário Eletrônico do SUAS, um instrumento técnico que sistematiza e simplifica o acompanhamento familiar das unidades de assistência social. O prontuário eletrônico do SUAS auxilia os profissionais dos CRAS, CREAS e Unidades de Acolhimento no registro dos atendimentos realizados às famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade ou risco social. O prontuário eletrônico do SUAS possibilita que a família ou indivíduo tenha registrado o atendimento e/ou acompanhamento em qualquer cidade do Brasil.

A padronização do prontuário eletrônico no Brasil seria de suma importância para a racionalização e velocidade nos atendimentos, pois facilitaria a comunicação entre os profissionais de saúde e assistência social, a gestão dos serviços e recursos, a avaliação dos resultados e a tomada de decisões baseadas em evidências. Além disso, a padronização do prontuário eletrônico contribuiria para a garantia dos direitos dos pacientes, como o acesso à informação, a privacidade e a confidencialidade dos dados. Com isso, seria possível melhorar a qualidade de vida das pessoas e salvar vidas.


Conclusão

A tecnologia é uma aliada importante para a evolução da saúde, mas também traz desafios e riscos que devem ser enfrentados com responsabilidade e ética. É preciso garantir que a tecnologia seja usada para promover a saúde humana em todas as suas dimensões, respeitando os direitos, as necessidades e as diversidades dos pacientes e dos profissionais de saúde. Assim, poderemos aproveitar as oportunidades da tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas e da sociedade.


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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