Opinião

  1. Notícias
  2. Opinião
  3. Filarmônica de Minas Gerais. Necessária e necessário
Imagem: Divulgação

Filarmônica de Minas Gerais. Necessária e necessário


Paulo Leite

Notícias

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks.


Domingo, Dia das Mães e eu só, minha companheira está com filhas e netos e meus filhos com suas mães. Daí vem a vontade de caminhar até a Praça da Liberdade e ser presenteado com a apresentação da Filarmônica de Minas Gerais. 

Um espetáculo fascinante, envolvente e contagiante como a Polca, executada com a participação do naipe adicional da Orquestra, o público. Plateia que ainda foi brindada por um arranjo especial dos mais significativos compositores da verdadeira, na minha opinião, música popular brasileira.

Sim, a Filarmônica é necessária para a cultura, bem-estar, desenvolvimento e apuração do gosto musical do nosso estado. Sim, é preciso que se mantenha viva a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. 

Alguns poderão perguntar: - Não foi você que teceu críticas à Orquestra em recente coluna, pelo não fechamento do acordo de parceria entre o Estado e a Fiemg para a gestão da Sala Minas Gerais?

Sim, e continuo com a mesma opinião. 

- Mas isso não é incoerência?

Não, porque se é necessária a Orquestra, é necessário abrirmos discussão sobre questões que foram apresentadas no tumultuado, necessário e inconcluso processo de parceria.

É imperativo, embora existam vozes dissonantes, que tenhamos um enfrentamento das despesas que a Filarmônica tem para suas atividades. Não pode ser pecado existir quem entenda a necessidade de um equilíbrio de tais gastos por parte do governo que deve sim ser patrocinador de arte e cultura, desde que isso represente uma maior equidade e possibilidade da ampliação dos recursos para outras manifestações culturais. Havendo uma modulação dos gastos com a Filarmônica, haverá a utilização desses recursos, por exemplo, em outras orquestras existentes no nosso estado. 

Nesse sentido, a ampliação do uso da Sala Minas Gerais por outros agentes culturais será uma alternativa para a diminuição da participação do dinheiro do contribuinte destinado à Orquestra. Os argumentos contrários a essa parceria não se sustentam, a não ser pela intransigência de que a Sala pertence à Orquestra e que qualquer outra utilização daquele espaço desvirtuaria sua destinação. Os quase 300 dias de utilização da Sala Minas Gerais pela Filarmônica não se sustentam em argumentos técnicos, mas sim na vaidade que se motiva pelo senso de propriedade única do espaço.

Viva a Filarmônica de Minas Gerais, mas que para ela viva em harmonia com a correta e ampla utilização da Sala Minas Gerais a parceira deve ser discutida de maneira direta. 

A Filarmônica é necessária, mas necessário é o gesto de boa vontade dos que comandam a Orquestra no caminho de uma discussão sobre o tema, coerente e desprovida de subterfúgios ideológicos ou de comportamentos corporativistas.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
Colunistas

Carregando...


Saiba mais