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Imagem: Marcello Oliveira / Arquivo Pessoal

Jeep Wrangler é o Lego de gente grande e que topa qualquer parada

Louvado nos Estados Unidos, onde é veículo de estudante, aqui no Brasil virou carro de nicho


Marcello Oliveira

Notícias

Jornalista automotivo, com passagens pelo Portal Vrum, programa Vrum e revista Quatro Rodas


Acredite: aquele carro simples, duro, desconfortável e robusto que foi criado pra resistir às batalha da 2ª Guerra Mundial só revirou no apenas à guerra, mas a todos esses nós e é feito até hoje, porém numa roupagem de grife. O Jeep original vive ate hoje não apenas sobrevivendo, mas se valendo do advento do melhor da tecnologia automotiva.

É raiz, mas é chique, elegante, conceitual. O Jeep Wrangler consegue aquilo que nenhum outro carro de nosso mercado ousou em tentar: unir a aspereza de um carro “pau para toda obra”, ao melhor da tecnologia e da grife off road. O Wrangler é o carro mais invejado pelos SUVs de shopping. Ele quem inspirou o famigerado estepe pendurado na tampa do porta malas de Ford Ecosport e VW Crossfox, por exemplo. Os brasileiros que compraram o Renegade na ocasião de seu lançamento por aqui, em 2015, fizeram isso esperando que o irmão menor repetisse a valentia do jipão original.

O Wrangler é o carro que muitos sonham, mas poucos têm a ousadia de tê-lo na garagem. E não é só pelo preço não, mas sim pelo nicho pequeno que atende, sobretudo no Brasil, onde custa mais de R$ 400 mil um 0km, enquanto nos Estados Unidos é carro de estudante, custando menos de $30 mil dólares.

Não é preciso dizer que por aqui continua sendo um carro de nicho, super exclusivo. Um hobby para endinheirados que podem pagar uma pequena fortuna pelo Jeep e ainda ter um segundo ou terceiro carro em casa para atender as necessidades diárias da família.

É fato que ele anda sumido das concessionárias do Brasil. Poucas mantém o Wrangler no showroom e para tê-lo é preciso primeiro fazer a encomenda na loja e a entrega pode demorar meses.

Curioso é que a nova picape Rampage, da RAM, utiliza o mesmo motor enaltecido do jipão: 2.0 litros turbo de quatro cilindros a gasolina, que entrega 272 cv com torque de 40,7 kgfm. Além da Rampage, esse propulsor foi o escolhido para equipar as melhores versões de Commander e Compass, que serão lançados ainda neste primeiro semestre.

Com toda essa potência o Jeep Wrangler anda bem na estrada e tem força para subir qualquer ladeira. A transmissão é de oito velocidades e e faz um casamento harmonioso com o motor, permitindo trocas suaves.

Fora do asfalto, o Jeep Wrangler Rubicon é ainda melhore. Ele conta com uma outra manopla, mas não de câmbio. Nela há o sistema de tração 4x4, que quando colocado 4x4H trabalha quase como uma tração automática. Já a 4x2 funciona apenas com tração traseira, a 4x4 distribui a força do carro de forma igual para dianteira e traseira. Por fim, a 4x4 reduzida tem uma relação 4:1, que confere ainda mais força para sair de buracos e atoleiros em estradas de terra.

Interior moderno, mas rústico

Na versão quatro portas, uma família inteira vai bem e a bagagem também. São 500 litros no porta malas, que tem abertura em duas partes: uma porta basculante e o vidro que abre para cima. O painel lembra os clássicos modelos da marca. Por isso, o Jeep Wrangler tem velocímetro e conta-giros analógicos com um computador de bordo com tela de TFT de sete polegadas. Para os conectados, o modelo oferece uma central multimídia de 8,4 polegadas com sistema Uconnect e conexão com Android Auto e Apple CarPlay, mas apenas com fio, o que é muito pouco para um carro deste patamar (e deste preço). Contudo, se não quiser utilizar o smartphone a central traz um sistema de navegação GPS próprio, que funciona muito bem. Ângulos de entrada, de saída e até de inclinação da carroceria, estão disponíveis o tempo todo na tela.

Lego de gente grande

Quem compra um Wrangler ganha também um pequeno kit com três ferramentas, entregue em uma carteira. Com esse kit você consegue desmontar praticamente todas as partes móveis da carroceria: portas, teto e até os vidros laterais traseiros. O jipe vira um conversível, ótimo para um passeio na praia. Com ajuda de outra pessoa, consegui fazer a transformação em uma hora. Outros 60 minutos foram gastos para colocar tudo no lugar novamente.

O jipe da Palymobil que você teve quando criança, pode virar realidade de adulto na sua garagem, mas precisará de mais tempo e paciência para brincar no fim de semana de montador de carros.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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