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Imagem: Copasa / Divulgação

Pampulha: Patrimônio Cultural da Humanidade esquecido?


Marcela Trópia

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Especialista em políticas públicas pela Fundação João Pinheiro, 6ª vereadora mais bem votada de Belo Horizonte. Secretária-Geral da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Presidente da Comissão de Educação do Legislativo Municipal.


Quem visita a Pampulha, se depara com algo diferente do que foi idealizado por Juscelino Kubitschek. É um cenário de descaso com a grandiosidade histórica dos quatro prédios projetados por Oscar Niemeyer e com a deterioração do espelho d’água.

O título de Patrimônio Cultural da Humanidade que ganhamos em 2016 parece cada vez menos adequado quando nos deparamos com a realidade da Orla da Lagoa da Pampulha. A região possui um potencial turístico imenso, subutilizado devido à falta de cuidado e investimento.

As sinalizações turísticas estão danificadas, banheiros e bebedouros são escassos e a ausência de transporte para turistas torna difícil explorar os pontos de interesse. Além da falta de infraestrutura adequada, temos o maior problema que segue sem solução: uma lagoa em estado de degradação.

O fechamento do Museu de Arte da Pampulha desde 2019, peça importante do complexo arquitetônico, é prova concreta da falta de comprometimento da Prefeitura com a preservação do patrimônio. O recurso da restauração está parado em Brasília, dependendo da vontade política do prefeito para botar a mão na massa e iniciar o projeto.

Hoje a limpeza da lagoa é um processo "enxuga-gelo". Não adianta investir só em retirar a sujeira que está lá, é preciso fechar as entradas de despejo de esgoto irregular. Há duas grandes missões que precisam ser priorizadas: atuar em parceria com a Prefeitura de Contagem para conter o lixo e o esgoto dos córregos Ressaca e Sarandi, e resolver a situação das casas cujos esgotos ainda vão para a lagoa. 

Devemos seguir o exemplo do que foi feito com o Lago Paranoá, em Brasília, que no fim dos anos 1970 estava completamente poluído. O lago foi limpo com um política de combate total ao despejo de esgoto irregular, eliminando os focos de todos os 21 córregos e 5 bacias que desaguavam no lago.

É hora da Prefeitura de Belo Horizonte assumir a responsabilidade e tomar as atitudes necessárias para resgatar a Pampulha como um destino turístico de excelência. A população e os turistas merecem desfrutar desse patrimônio.


* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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