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Imagem: Perspectiva gerada pela IA Copilot by Harlen Duque, projeção após 20 anos de Starlink

Starlink: a internet via satélite de Elon Musk

Você já imaginou ter acesso à internet de alta velocidade e baixa latência em qualquer lugar do planeta, mesmo nas áreas mais remotas e carentes de infraestrutura? Essa é a proposta da Starlink, uma divisão da SpaceX, a empresa de exploração espacial fundada por Elon Musk, o bilionário visionário que também está por trás da Tesla, da Neuralink e da Boring Company.


Harlen Duque

Notícias

CEO Sucesu Nacional e líder em transformação Digital na Wblio , especialista em transformação de negócios pela Stanford University , piloto de automobilismo virtual e um apaixonado pela cultura de inovação


A Starlink é uma constelação de milhares de pequenos satélites que orbitam a Terra em uma órbita baixa, a cerca de 550 km de altitude, e que estão interconectados por raios laser, formando uma rede global de comunicações. O objetivo é fornecer serviços de internet banda larga via satélite para todo o mundo, especialmente para regiões onde a internet convencional não está disponível ou é inadequada.

Mas como funciona a Starlink e por que ela é diferente das outras redes de internet via satélite? Quais são os benefícios e os desafios desse projeto ambicioso? E como contratar e usar a Starlink no Brasil? Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas sobre a internet espacial de Elon Musk.

  

Como funciona a Starlink?

 

A maioria dos serviços de internet via satélite existentes hoje utiliza satélites geoestacionários, que orbitam a Terra a uma altitude de mais de 35 mil km, e que ficam sempre sobre a mesma região do planeta, acompanhando a sua rotação. Esses satélites têm a vantagem de cobrir uma grande área de superfície, mas também têm algumas desvantagens, como:

A distância entre o satélite e o usuário causa um atraso na transmissão dos dados, chamado de latência, que pode prejudicar atividades que exigem uma resposta rápida, como jogos online, videoconferências e transações financeiras.

A qualidade da conexão pode ser afetada por fatores climáticos, como chuvas, neblina e ventos, que interferem no sinal.

O custo da infraestrutura e da operação é alto, o que se reflete no preço cobrado dos usuários, que geralmente é mais caro do que a internet terrestre.

A Starlink, por sua vez, utiliza satélites de órbita baixa, que ficam muito mais perto da Terra, e que cobrem todo o globo, se movendo constantemente. Isso significa que:

A latência é menor, pois o tempo de viagem do sinal é reduzido, permitindo uma conexão mais rápida e estável.

A interferência atmosférica é menor, pois os satélites estão acima da maior parte das nuvens e da poluição.

O custo é menor, pois os satélites são menores, mais leves e mais baratos de produzir e lançar, e podem ser reutilizados após o fim da sua vida útil.

 

Para se conectar à Starlink, o usuário precisa de um kit composto por uma antena parabólica, um roteador Wi-Fi e um tripé. A antena, chamada de “prato”, tem cerca de 50 cm de diâmetro e é capaz de se orientar automaticamente para o melhor satélite disponível, sem a necessidade de intervenção humana. O roteador, chamado de “Starlink”, é responsável por distribuir o sinal de internet para os dispositivos do usuário. O tripé, chamado de “suporte”, serve para fixar a antena em um local adequado, que tenha uma visão desobstruída do céu.

O kit pode ser instalado pelo próprio usuário, seguindo as instruções do aplicativo Starlink, disponível para Android e iOS. O aplicativo também permite ao usuário verificar a qualidade da conexão, o status dos satélites, o consumo de dados e outras informações.

 

Quais são os benefícios da Starlink?

 

A Starlink promete levar internet rápida e confiável para locais que atualmente enfrentam dificuldades de conectividade, como áreas rurais e regiões em desenvolvimento. Segundo a SpaceX, o serviço é capaz de oferecer velocidades de download de até 220 Mbps, velocidades de upload de até 25 Mbps e latência de 25 a 50 ms. Além disso, o serviço não tem limite de dados e pode suportar atividades como streaming, videochamadas, jogos online e trabalho remoto.

A Starlink também pode ser uma alternativa para melhorar a conectividade em regiões urbanas, onde a internet terrestre é lenta ou instável, uma vez que a conexão não depende de cabos, antenas ou torres, mas apenas de uma visão clara do céu.

A Starlink também tem um potencial social e ambiental, pois pode contribuir para a inclusão digital, a educação, a saúde, a segurança, a democracia e o desenvolvimento de comunidades isoladas ou marginalizadas. Além disso, a Starlink pode reduzir a emissão de carbono, pois os satélites são movidos a energia solar e podem ser reciclados após o seu uso.

Quais são os desafios da Starlink?

A Starlink também enfrenta alguns desafios e críticas, tanto técnicos quanto éticos, que precisam ser considerados e superados. Alguns deles são:

A poluição espacial: o lançamento de milhares de satélites aumenta o risco de colisões e acidentes no espaço, que podem gerar detritos que dificultam ou impedem futuras missões espaciais. A SpaceX afirma que os satélites Starlink têm um sistema de prevenção de colisões e que podem ser desorbitados de forma controlada quando necessário, mas ainda há incertezas sobre a eficácia dessas medidas.

A poluição luminosa: os satélites Starlink são visíveis a olho nu, especialmente logo após o lançamento, quando estão mais próximos e brilhantes. Isso pode atrapalhar a observação astronômica e a apreciação do céu noturno, além de afetar a vida selvagem e o ritmo circadiano dos seres humanos. A SpaceX diz que está trabalhando para reduzir a refletividade dos satélites, usando revestimentos escuros e escudos solares, mas os resultados ainda são insuficientes para eliminar o problema.

A regulação e a soberania: a Starlink opera em uma área cinzenta do direito internacional, que não tem regras claras e específicas para regular o uso do espaço e do espectro eletromagnético. Isso pode gerar conflitos e disputas entre países, empresas e organizações, que podem ter interesses divergentes ou concorrentes sobre esses recursos. Além disso, a Starlink pode representar uma ameaça à soberania e à segurança de alguns países, que podem ver a rede como uma forma de espionagem, interferência ou dominação por parte dos Estados Unidos, onde a SpaceX está sediada.

A privacidade e a ética: a Starlink pode coletar e armazenar dados dos usuários, que podem ser usados para fins comerciais, políticos ou militares. Isso pode violar a privacidade e os direitos dos usuários, que podem não ter controle ou conhecimento sobre o uso dos seus dados. Além disso, a Starlink pode influenciar ou manipular a opinião pública, a cultura e os valores de diferentes povos e nações, impondo uma visão de mundo hegemônica e homogeneizante.

 

Como contratar e usar a Starlink no Brasil?

 

No Brasil, o serviço Starlink foi aprovado em janeiro de 2022 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), dando direito à operadora de banda larga via satélite a fornecer sua cobertura em nosso país até 2027.

Para contratar a Starlink no Brasil, o usuário precisa acessar o site oficial da empresa e inserir o seu endereço de serviço. Em seguida, o usuário pode verificar a disponibilidade e a velocidade da conexão na sua região, e fazer o pedido do kit Starlink, que custa R$ 2.000,00, mais R$ 184,00 de frete. O kit inclui a antena, o roteador, o tripé e os cabos necessários para a instalação.

 

Excelente semana conectada para todos nós.

* Esta coluna tem caráter opinativo e não reflete o posicionamento do grupo.
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